sábado, 12 de fevereiro de 2011

Nem só de política vive este blog


Como nem só de política vive este blog, embora ela esteja presente quase em todos os assuntos, inclusive na escola, irei introduzir um tema polémico que é a energia eléctrica nuclear.
Quando entrei neste projecto (blog), foi-me dito que os temas não precisavam de ser apenas de política, seria do que o autor quisesse, portanto, espero não estar a ser incomodo com a introdução deste tema.
Este é um tema pelo qual me interesso bastante, até porque a minha área de formação está relacionada com ela, e gostaria de colocá-lo à discussão neste blog.

Uma das grandes áreas de consumo hoje em dia é a Energia, necessitamos de energia para quase tudo, inclusive para estar ligado a este blog, com a energia eléctrica a alimentar o nosso computador.
A energia é uma área de tal modo importante para o desenvolvimento, que até existem índices de desenvolvimento de uma área ou região baseados justamente no consumo de energia dessa mesma área ou região.
Actualmente em Portugal, as grandes centrais de produção de energia consomem combustíveis fósseis, tais como Carvão e gás natural. Inclusive, em Portugal a central eléctrica com maior potência instalada (1256 MW distribuídos pelos seus 4 grupos geradores) funciona a carvão fóssil importado, com todas as desvantagens associadas, desde o consumo do combustível fóssil até à poluição da atmosfera com o carbono resultante da combustão. É uma central que utiliza o carvão para aquecer a água que gera vapor-de-água e desta forma faz funcionar a turbina do gerador.

Actualmente a grande desvantagem das centrais nucleares são os resíduos radioactivos resultantes da fissão nuclear, da qual é aproveitado o calor desse processo para a produção de vapor-de-água, e pelo que tenho conhecimento, grande parte desses resíduos radioactivos são colocados em contentores e lançados em alto mar, e eu próprio fico a pensar quanto tempo esses contentores demoraram até se deteriorarem e contaminar as águas? Mas nem tudo são desvantagens.

A tecnologia nuclear não produz carbono para a atmosfera, nem modifica a paisagem drasticamente como é o caso das barragens e parques eólicos e um só grupo gerador é capaz de produzir quase tanta energia eléctrica quanto a Central termoeléctrica de Sines inteira com os seus 4 grupos geradores. As vantagens da energia nuclear são tão notórias que existem grupos de ecologistas que a apoiam, defendendo uma alteração radical em direcção à energia nuclear como forma de combater o aquecimento global.
A grande esperança na energia nuclear prende-se com a investigação na fusão nuclear, que ao contrário da fissão nuclear, não produz resíduos radioactivos.

Não podia deixar de falar na mancha negra na história da energia nuclear que foi o acidente de Chernobyl em '86, mas temos de ter atenção à imprudência dos engenheiros desse reactor, que ao efectuar testes ao reactor que deveria entrar naquela noite para manutenção, retiraram as hastes de protecção do reactor que os estava a impedir de prosseguir com o teste. Se bem que o facto da probabilidade de um acidente nuclear em Portugal não é motivo para a anulação dessa possibilidade de termos uma central nuclear, pois a tecnologia de hoje em dia avançada em relação à década de '80 permite-nos uma maior segurança, para além de que Espanha tem uma das suas centrais nucleares constituída por 2 grupos geradores em Almaraz, a cerca de 100km da fronteira com Portugal e utiliza as águas do Guadiana para a produção e refrigeração nos grupos geradores.

Muito mais seria possível falar sobre este tema, muitos debates e muitas opiniões, sobre muitos mais aspectos positivos e negativos desta tecnologia, mas penso que disse o suficiente para já, e gostava de vos deixar a pensar sobre este assunto e saber quais as vossas opiniões sobre o mesmo, já que é um assunto polémico e susceptível de levantar muitas opiniões contrárias.

Cumprimentos;

Nuno Costa

18 comentários:

  1. Afinal consegue escrever algo em condições.

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  2. Nuno,

    Parabéns pelo texto! Nem só da Trofa vive esta voz. É evidente que queremos abordar temas fundamentais na vida do concelho mas a intodução de temas fora da esfera trofense são importantes.

    A questão da energia nuclear poderia ser uma importante alavanca para a economia portuguesa. Afinal de contas, as grandes potências europeias como a França ou a Alemanha tem centrais nucleares porque não havemos nós de as ter também? Penso que o fantasma de Chernobyl não é mais que isso, um fantasma. Uma vez que és membro do PSD, sabes se a agenda do actual líder Pedro Passos Coelho inclui a possibilidade de algum projecto desta natureza caso o PSD venca as próximas legislativas?

    Obrigado por desenvolveres um tema tão ignorado mas que pode ser estrutural no futuro da economia portuguesa.

    Um abraço

    P.S. Anónimo já tentou você escrever algo em condições? Tipo duas frases seguidas? Ou acha que seria muito complicado? Talvez o Nuno o possa ensinar.

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  3. Um bom tema...

    Realmente de Energia Nuclear pouco se fala em Portugal...nunca percebi bem o tabu em redor deste tema!
    O fantasma de Chernobyl pode bem ser uma das explicações...queria aproveitar para dizer que não foi o único desastre mas sem dúvida foi o pior!

    A Radioactividade é uma energia fóssil primária...e o único problema da exploração desta são mesmo os resíduos radioactivos de longa duração, difíceis de eliminar!
    Já está em fase de estudo, em alguns países, a construção de estruturas para armazenamento permanente desses mesmos resíduos por um período mínimo de 100.000 anos.
    Já existem também, centrais de reprocessamento, onde é feita uma "refinação" dos resíduos com o objectivo de aproveitar o Urânio que não foi consumido....com este aproveitamento a quantidade de resíduos final é cerca de 1/5 do que era inicialmente!
    Muitas outras soluções estão a ser estudadas e desenvolvidas...penso que a tecnologia já se desenvolveu o suficiente para acidentes como os que aconteceram no passado não se repitam e para que a gestão dos resíduos seja cada vez mais eficaz e segura!

    Agora as vantagens...
    O Nuno disse que um só grupo gerador, numa central nuclear, é capaz de produzir quase tanta energia eléctrica quanto a Central termoeléctrica com os seus 4 geradores...na minha opinião deve produzir bem mais! Para os mais curiosos, 1kg de Urânio pode fornecer energia equivalente a mais de 1000 toneladas de carvão!
    O Urânio é mais democrático do que, por exemplo, o petróleo, existindo em Portugal potencial para explorar esse recurso!
    Com esta exploração não há emissão de gases com efeito de estufa bem como não há emissão de poluentes atmosféricos...apenas vapor de água!
    O impacte ambiental, como estrutura, deve ser parecido ao de uma grande barragem!

    São muitas vantagens...eu sou a favor de um investimento deste género em Portugal!
    É importante voltar a referir que temos uma central nuclear bem perto da nossa fronteira...se já corremos os riscos porque não usufruir também dos benefícios deste tipo de energia?
    Para quê continuar a construir muitas "ventoinhas" quando podemos resolver o problema com um grande "aparelho de ar condicionado"? =)

    Concordo com o Mendes, a Energia é uma questão muito importante para a economia...onde Portugal tem muito que melhorar, tanto na eficiência energética como na sua independência energética!
    Mais uma curiosidade...a França é o segundo país com mais centrais nucleares, em funcionamento, no mundo(59 segundo a informação que encontrei)....em primeiro, claro, os EUA com 104!

    Grande abraço!

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  4. Olá!

    Fiquei surpreendido pela positiva com o teor dos comentários aqui expostos. Estava à espera de ler algo do tipo "Nuclear não!" lol

    João, sinceramente não sei se Passos Coelho introduziu esse aspecto na sua agenda, mas lembro-me dele ter tocado esse tema no ano passado, sendo ele a favor dessa energia. Procurando no Google, encontras vários tópicos relacionados com Passos Coelho e as Nucleares, inclusive a força que ele fez para trazer esse assunto para debate, mas é um assunto que não há consenso, pois mesmo quem não percebe nada do assunto quer dar uma opinião todos aflitos com a palavra "nuclear". Os resíduos radioactivos continuam a ser um factor negativo, e as pessoas comuns preferem gastar os recursos do planeta do que entrar em algo diferente e desconhecido para elas.

    José Sequeira, fiquei impressionado contigo com tanta informação sobre o assunto, o que dizes é tudo verdade, para além do aspecto muito importante, o económico, a energia nuclear iria baixar o preço da energia eléctrica pois a produção de energia eléctrica numa central nuclear é bem mais barato que numa central termoeléctrica convencional, pelos motivos que referiste, realçando o facto da possibilidade da utilização da matéria prima Portuguesa, e pelo facto de 1 Kg de Urânio poder produzir o equivalente a 1000 Ton de carvão!

    Discordo apenas num factor, pelos dados que recolhi, um reactor nuclear tem uma potência instalada de aproximadamente 1000 MW, logo eu dizer que seria o equivalente à central de Sines inteira com os seus 4 grupos geradores. Claro que existem grupos geradores a carvão com uma potência instalada inferior, mas penso que actualmente a potência instalada de um grupo de uma central nuclear não passa muito dos 1000MW.
    Mas esta é uma pequena discórdia com um peso muito reduzido no tema deste debate, obrigado!

    Relativamente ao anónimo do inicio, fiquei contente pois mesmo querendo atacar-me menosprezando as minhas outras intervenções, deixou a ideia de que leu o texto e que concorda com o que foi escrito.

    Ao escreve-lo não pretendia que as pessoas viessem "dar-me palmadinhas nas costas" e congratular-me, mas obviamente que fico contente por não ser o único com este ponto de vista.

    1 forte abraço!

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  5. Viva

    Esta é mais uma daquelas discussões que se tem de fazer sem histerias e, onde existe muita desinformação e manipulação de dados.
    Não tenho conhecimentos técnicos e cientificos suficientes para ajuizar das vantagens "diretas" do Nuclear, mas sempre pensei que se conseguisse aumentar os niveis de segurança e diminuir o impato dos resíduos seria uma alternativa válida. Assusta um bocado o tempo que os resíduos permanecem ativos...
    Não sou um entusiasta mas também não serei um opositor acérrimo, no entanto inclino-me para a exploração de outras fontes energeticas ainda menos poluentes (solar, energia das marés, ondas)
    Acima de tudo sou defensor do debate de ideias e do melhor aproveitamento dessas mesmas ideias...

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  6. Boa tarde Sr. Paulo Queirós!

    Obviamente que as energias renováveis têm o seu lugar obviamente, fazem todo o sentido, mas na minha opinião não são o suficiente.
    Às energias que enumerou pode-se acrescentar a energia eólica (que é a que apresenta melhores resultados) e distinguiu e muito bem a energia das marés da energia das ondas, mas é extremamente difícil trabalhar na actualidade com esse tipo de energia, pois é um tipo de energia que não se consegue prever no dia seguinte. É extremamente complicado prever com exactidão a energia que um parque eólico irá produzir no dia seguinte, pois não sabemos igualmente com exactidão a força que o vento terá num determinado dia, a uma determinada hora, para além do facto de um aerogerador ter uma potência instalada de cerca de 1MW.
    Para se aproximar de um único grupo gerador de uma centrar nuclear seriam precisos 1000, sem nunca ter a certeza da potência que eles possam gerar num determinado dia.
    As centrais eléctricas entram em funcionamento mediante a potência que é prevista ser solicitada, embora exista sempre uma reserva por excesso para eventuais avarias, ou solicitação inesperada.
    Mas é como diz, o tempo que os resíduos permanecem activos assusta, mas as nucleares são mais amigas do ambiente que as térmicas a carvão.

    Cumprimentos

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  7. Não podia deixar de comentar aqui, hehe.

    Primeiro parabéns pelo tema escolhido, vem dar outra cor ao blog. Depois sabes que eu ficava aqui para sempre a falar disto, mas vou ser breve:

    Portugal nunca poderá ter uma central Nuclear por duas razões: Capacidade e fiabilidade.

    Capacidade:
    Não temos consumo suficiente, e ao contrário de outros países, se quisermos vender, só temos Espanha (que normalmente não precisa).
    E se no futuro aumentarem os consumos? Não me parece... o caminho que isto tem seguido é o do aumento da eficiência dos equipamentos (lâmpadas LED por exemplo), da optimização das casas a nível energético (aquecimento/arrefecimento natural, melhor isolamento).
    Quanto ao aumento do consumo típico do aumento do nível de vida, a loucura das renováveis e (espero eu) o aproveitamento de afluentes com barragens chega bem para o acompanhar, e até quem sabe um dia para fazer encerrar centrais a carvão.

    Fiabilidade:
    Não, não estou a considerar o risco da central explodir pois, como bem sabes, isso aconteceu uma vez há muito tempo, e desde então foram construídas várias centenas de centrais nucleares por todo o mundo que são completamente seguras. Estou a falar de outra coisa: a fiabilidade do sistema, ou seja, a capacidade que ele se tem para "manter de pé"
    Por diversas razões as centrais têm que ser postas fora de serviço (nem que seja 1 vez por ano para manutenção). Ora uma central nuclear em Portugal, de um momento para o outro ser desligada, causava um blackout - ao contrário do que acontece com as outras centrais, no caso de uma nuclear não temos capacidade produtiva para conseguir suportar a perda.

    Espero ter sido esclarecedor, continuação de um bom debate ;)

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  8. Amigo Rui, permite-me discordar de ti.
    Bill Gates em 1981, referindo-se ao espaço necessários para futuros sistemas operativos, disse que "640kb serão sempre suficientes!", ora hoje em dia podemos verificar o quanto errada foi esta afirmação. O que é verdade hoje, poderá já não ser amanhã. A grande vantagem de construir uma central térmica nuclear, seria desligar as centrais poluentes como as de carvão, e desta forma seria bem aproveitados os MW's de uma nuclear.

    Por outro lado, no Sistema Eléctrico Nacional existem dois conceitos tais como "Reserva Estática" e "Reserva Girante". A reserva estática representa a potência das centrais paradas prontas para entrar em funcionamento para substituir centrais que por algum motivo tenham de para (ex: Manutenção) e a reserva girante representa o excesso de potência a ser produzida e que não é consumida, de forma a que alguma anomalia que se verifique, não se faça sentir na produção de energia necessária naquele momento.
    Portanto penso que os problemas que enumeras-te não seriam verificados na realidade.

    1 abraço!

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  9. Nuno, essa analogia é falaciosa, primeiro porque por um tipo se ter enganado numa previsão não significa que previsões sejam inúteis (o sistema energético funciona baseado nelas e funciona bem) e depois estamos a falar do consumo: não é de um dia para o outro que em Portugal se vai dar um salto tão grande que justifique uma central dessas. Se algum salto for dado, vai ser numa nova forma de produzir energia e não num aumento desmesurado do consumo.

    Depois é tudo acerca do tamanho: olha para aqui http://bit.ly/fmz71f e diz-me se te parece bem inserir aí uma central termo-nuclear de 2GW como esta http://bit.ly/dIhbjt.
    O problema é que uma central nuclear, tal qual uma térmica, é lenta a arrancar, a parar, e a variar a carga. Já para não falar de que têm naturalmente um ponto óptimo de funcionamento (a cerca de 80-90% da sua capacidade máxima). É muitíssimo arriscado, e, considerando os custos de transporte, pouco económico até, estarmos pendurados em uma central, já para não falar de que não conseguias acompanhar a carga suficientemente rápido que não violasses os limites de tensão e frequência.

    Falaste das reservas, então também sabes que em caso de uma falha quem entra é a reserva girante, que é pequena - como disse estamos a falar de valores impossíveis: Nunca na vida em portugal consegues injectar na rede 800MW de potência a tempo de evitar um blackout, precisavas de mais tempo para arrancar com a reserva estática. E isto era imaginando que seria um só grupo a funcionar a 80% a sair de serviço.

    Então e uma central mais pequena? Não é economicamente viável. Mesmo uma grande não seria lá muito, pois temos que primeiro comprar a tecnologia aos outros países.

    Devíamos investir (aliás, ter investido...) era em investigação na área da energia das ondas e marés. É um campo com grande potencial, no qual teríamos grande interesse dado a nossa extensa costa, que mais ninguém ainda explorou, em que ganharia-mos milhões exportando a tecnologia desenvolvida... Mas seria trabalho pouco visível e demorado, não dá para usar em propaganda nem dar tachos a amigos... enfim.

    De qualquer maneira, nuclear em Portugal só quando forem abolidas as fronteiras energéticas (falo de uma Europa federal). Aí dou-te razão, o que hoje é amanhã pode não ser, mas em termos políticos.

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  10. Rui, continuo a estar discordante de ti. Sabes muito bem que as paragens para manutenção são programadas, não são assim de um momento para o outro, tipo blackout... eh eh eh

    A analogia que utilizei é a título de exemplo, se vires também os valores de energia consumida a 30 anos atrás, estão muito a baixo dos de hoje.

    Só entre as centrais com recurso a combustíveis entre elas gasóleo, carvão, gás natural e fuelóleo temos em Portugal uma potência instalada contratual de 5820 MW e as hidroeléctricas têm uma potência instalada contratual de 4334 MW. E estamos a falar de potência contratual. Ainda temos mais a potência instalada nos parques eólicos, que embora seja reduzido, têm o seu lugar. Sabes que as centrais a combustível produzem quase em permanência, e são as hidroeléctricas que asseguram o topo do diagrama. Logo a partir daqui era arrumar com as centrais poluentes e colocar uma nuclear de 2 grupos. Se fosse viável/possível colocava-se uma de 3 grupos para paragens para manutenção em anos secos.

    Continuo a não perceber porque as pessoas teimam em destruir a camada de ozono com centrais térmicas a combustíveis fosseis.

    Se prevemos e queremos que Portugal cresça, então é certo que o consumo de energia aumente também. Temos de apostar na indústria, na exportação, logo, é necessária energia.

    As energias das marés, é que é aquele assunto que fica bem nas campanhas eleitorais, isso e as energias solares, porque quanto às eólicas, até têm um rendimento mais elevado em relação às outra, por algum motivo é que a EDP apostou nos parques eólicos e não na energia das marés.
    A energia das marés não vai solucionar absolutamente nada, porque não têm potência instalada considerável.

    Vou deixar a minha ideia rui, era uma central nuclear a substituir a energia com recurso a combustíveis fósseis.

    Aquele abraço

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  11. Primeiro, a EDP não "investiu" em nada: o governo é que investiu, criando contractos em que torna obrigatório comprar toda a energia eólica produzida, portanto tanto podia estar a gastar dinheiro nisso, como em investigação. A diferença entre a energia das marés/ondas e os parque eólicos, é que os segundos já têm tecnologia desenvolvida e dão € ao mexia, enquanto que os segundos dariam € aos investigadores das faculdades. A energia das marés obviamente não soluciona nada como está, por isso mesmo é que se devia investir em investigação - para desenvolver a tecnologia a ponto de a tornar rentável.

    Depois não te esqueças que vamos precisar sempre de centrais a gás, pois estas não estão sempre a funcionar, servem quase só para reserva (pois são de construção barata, flexivel, e muito rápidas a entrar em serviço)

    Quanto ao crescimento, claro que toda a gente quer que Portugal cresça, mas o consumo entre estes dois últimos anos até decresceu ligeiramente.
    Mantenho que o melhor caminho a seguir para já seja o de aumentar a capacidade hídrica, construir mais albufeiras (para aumentar a capacidade de armazenamento) e tratar de começar a explorar a nossa grande bolsa de gás xistoso recém descoberta ao largo da costa - este:

    http://bit.ly/bVggRG

    http://bit.ly/hU9OUP

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  12. Rui, tens razão quando dizes que foi o governo, por vezes passa-me algumas coisas.
    O governo investiu pois tinha de inserir uma percentagem de energia renovável, e diminuir a produção de carbono. Daí que investir esse dinheiro em estudo não ia resolver nada mais uma vez, porque terminado o estudo não tinhas as centrais a produzir e não tinhas dinheiro para construir aquilo que pesquisas-te. Para além de eu continuar a achar que não é uma fonte de energia verdadeiramente rentável e fiável, a França também tem uma grande costa, e o que ela quer é centrais nucleares... eh eh eh

    Mas passando à frente, para mim, quantas menos centrais hidroeléctricas melhor. Já temos bastantes, pessoalmente penso que não deveria existir muito mais investimentos nessa área pelo facto destas terem um impacto ambiental enormíssimo, basta pensar na área submersa, nas pessoas que têm de deixar as suas terras, nos animais que são obrigados a também eles deixarem esse espaço e nos peixes que enfrentam dificuldades em subir o rio, embora exista as eclusas para peixes, aquilo é mais ou menos o mesmo que atirar areia aos olhos.
    É certo que têm o seu lugar, mas não convém abusar delas...
    Se fosse construída uma barragem em Guidões, que colocasse a Trofa debaixo de água, o que tu ias pensar? É só um exemplo.

    Cumprimentos

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  13. Rui

    Referiste a falta de capacidade, em Portugal, para consumo de tanta energia...tenho de discordar...primeiro porque, tal como o Nuno disse, uma estrutura destas só faz sentido se for construída com o intuito de substituir as actuais centrais alimentadas pelos mais variados combustíveis fósseis.
    Segundo porque a eficiência energética que referes muito dificilmente deverá parar o aumento do consumo de energia em Portugal...na melhorar das hipóteses fará com que esse crescimento não seja tão exponencial...mas mesmo assim terá sempre tendência a crescer!
    Cada vez gastamos mais energia para produzir a mesma quantidade de riqueza e, ao contrário do que referiste, o consumo aumentou cerca de 5% em 2010!
    Ontem quando li o teu comentário estava em casa na cozinha...sem tempo na altura para responder, dei por mim a olhar ao meu redor e reflecti sobre o assunto. Tenho neste momento em casa cerca de uma dúzia de aparelhos eléctricos que não tinha há uns anos...liquidificador, batedeira, mini forno, fogão e forno (que antigamente era a gás)...para não falar do que já é habitual como o microondas, frigorífico, arca frigorifica, máquina de lavar loiça, torradeira...até a porcaria da fritadeira que frita com uma só colher de óleo. Tantos utensílios que cada vez se tornam mais comuns e quase que indispensáveis...e isto só na cozinha!
    Muita energia se gasta agora...sem dúvida que uma politica de eficiência energética deve ser aplicada...por exemplo, na iluminação pública já deveriam ter substituído as lâmpadas...um investimento fácil de fazer que trará benefícios a curto prazo para as autarquias.
    Mas, como disse, não me parece que isso vá diminuir o consumo de energia em Portugal...este terá tendência a aumentar.

    Concordo com o Nuno, apesar de também achar que se "abandonou" a pesquisa da energia das ondas muito cedo, esta não teve grandes resultados e compreendo que tenham optado mais pela outra alternativa...a energia eólica.
    Mas mesmo a energia eólica não traz só benefícios...para além de ser dependente dos ventos fortes...as melhores zonas para a sua construção coincidem, na sua maioria, com zonas de protecção ambiental.
    As barragens são uma solução antiga, que tem forte impacte ambiental como estrutura e, no Inverno, as suas descargas podem ser um problema para as populações.

    Eu, apesar de ser a favor da Energia Nuclear (não a vejo como um bicho de sete cabeças), acho que uma estrutura destas, a ser construída, peca por vir tarde...tivesse ela sido construída há uns 10 anos e o impacto na economia teria sido muito maior.
    Mesmo assim acho que todas as alternativas devem ser consideradas...gostava de ver um estudo mais aprofundado sobre esta possibilidade em Portugal e de ver este assunto debatido sem tabus.

    Podemos discordar nas fontes de energia a ser utilizadas...mas um aspecto é comum...Portugal necessita de melhorar muito a sua eficiência energética e livrar-se de vez da dependência dos combustíveis fósseis! Basta ver o que acontece quando o preço do petróleo sobe...e não podemos esquecer que petróleo há para pouco mais de 50 anos!
    Para já fico-me por aqui...

    Grande abraço

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  14. Primeiro, como já disse num post anterior, é uma questão de tamanho: queimar material radioactivo é melhor do que queimar carvão - sem dúvida. Mas em termos de operação e investimento é muitíssimo diferente uma central de 2GW ou 10 centrais de 200MW. Como já referi também, grande parte da potência instalada em centrais térmicas são centrais a gás, e essas funcionam como uma rede de segurança, tanto face a avarias (por exemplo quando há linhas que têm que ser cortadas devido a temporais ou incêndios) como para contrabalançar a variabilidade da eólica/solar - e nunca podem ser substituídas por algo pesado grande e lento como uma termonuclear.

    Quanto às hídricas - elas são um ponto de controlo de caudal e portanto nunca se pode dizer que as suas descargas são perigosas: é a diferença entre haver controlo e não haver controlo, se algumas vezes o controlo não chega e há realmente descargas perigosas de certezinha que sem controlo seria muitíssimo pior. Isso é aliás uma das razões pelas quais se devia aproveitar os afluentes todos, porque chovendo muito as barragens no leito principal não conseguem aguentar tudo - e controlado os afluentes conseguir-se-ia.

    Claro que não vamos construir barragens que tapem grandes povoados, mas em sítios em que não haja ninguém, ou haja uma pequena aldeia que concorde com uma indemnização ou algo do género, pode-se fazer!
    Por outras razões de questão técnica que talvez explique num próximo comentário a hídrica é muito muito mas muito boa, agora não tenho tempo para mais.

    Abraço

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  15. Admito que desconhecia algumas partes técnicas da distribuição de energia...compreendo quando dizes que ter uma central nuclear, poderosa mas lenta, é muito diferente de ter 10 centrais mais "fracas" mas rápidas na resposta ás necessidades.

    A construção de uma barragem é lenta e muito dispendiosa...e a interferência no ciclo natural da água traz algumas desvantagens. O controlo dos afluentes depende da localização...mas é verdade que na sua maioria, estas construções têm muitas vantagens...para além de gerar energia sem poluição ambiental são capazes de armazenar grandes quantidades de água permitindo transportar no tempo o excesso de água dos períodos chuvosos para períodos de seca.

    Ora bem...na minha opinião a energia eólica é mais propaganda que outra coisa...tem as suas vantagens e o seu espaço sem dúvida...mas não me parece ser a solução.
    Centrais térmicas só mesmo quando for necessário...ficam de reserva.
    As barragens em relação ás anteriores trazem mais vantagens...e também são rápidas na resposta em alturas de maior solicitação.

    Agora fico na dúvida quanto à fiabilidade da Energia Nuclear...será que não há nada que se possa fazer para contornar os problemas que referiste?
    Continuo a achar que o facto de uma só construção conseguir produzir tanta energia é uma grande vantagem e que merece uma melhor avaliação.

    Peço desculpa pela resposta tardia...

    Abraço

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  16. O "problema" que o Nogueira da Costa referiu não faz qualquer tipo de nexo, pura em simplesmente não faz sentido!

    Para que quero eu saber se uma central é rápida ou lenta e entrar em funcionamento se esta depois de estar em funcionamento irá produzir em permanência, sem variações significativas de potência? É isto que acontece actualmente com as térmicas a carvão por exemplo.

    As barragens, para além dos problemas todos que já referi nomeadamente o impacto ambiental, até podem ser rápidas (comparativamente a outras tecnologias) mas é PARA ISSO QUE FORAM FEITAS, para entrar em funcionamento a qualquer altura, mas dependem do caudal do rio, não é possível produzirem em permanência durante todos os dias de uma semana, por exemplo, pois irá baixar a altura da queda de água e consequentemente a sua potência...
    Agora não digas que uma nuclear é para funcionar como reserva como já tentas-te dizer em cima... Oh Rui, uma nuclear como reserva para substituição?

    "Sítios em que não haja ninguém"... -,-
    Rui, arranja-me os suficientes "onde não haja ninguém" para arrumar com as térmicas com recurso a combustíveis fósseis, e depois falamos.
    É preciso ser viável, as hídricas não produzem em permanência... Para além dos ambientalistas te caírem todos em cima.
    Rui, esquece as hídricas, pensa de forma simples, concreto, viável e EFICAZ!

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  17. Eu volto a calcar no mesmo, o problema Nuno é o TAMANHO da central. Estás a falar das centrais nucleares como se fossem do mesmo tamanho do que uma a carvão, e não são! É verdade que tens as térmicas a produzir em permanência, mas não estão a produzir 2GW cada uma, que é o que terias se fosse uma nuclear. Como já te mostrei, nas horas de vazio temos cerca de 2GW de carga - horas essas em que normalmente as eólicas estão a produzir muito também, e é preciso, aliás obrigatório por lei, aproveitar essa energia - e portanto é impensável ter uma central em permanente funcionamento com 2GW de potência.

    Depois, ainda não se falou sequer do TRANSPORTE pois uma coisa é teres montes de térmicas espalhadas, outra é teres a produção toda concentrada, era preciso reforçar toda a rede de transporte, pois se vamos estar a produzir o grosso da energia num só sítio... e depois as perdas que isso causa, se estás a alimentar trás os montes a partir de sintra a energia tem que precorrer meio Portugal, no caso mais favorável.

    O que eu disse, é melhor leres melhor - disse exactamente que não era possível substituir toda a produção térmica por nuclear pois uma nuclear nunca pode ser de reserva.

    Quanto às hídricas, não confundas - há dois tipos de hídricas: de fio de água que dependem do caudal, e não temos grande controlo sobre elas; e as de albufeira com bombagem que servem para basicamente armazenar energia. Com o crescente investimento em energias renováveis, em solares que só produzem de dia e eólicas que produzem quando calha, precisamos é de capacidade de gestão dessa energia! E os ambientalistas que me desculpem, mas se preferem resíduos tóxicos e fumos da queima a um terreno submerso, então não são grandes ambientalistas.

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    1. Concordo inteiramente com o Nogueira da costa.

      Não vou entrar na discussão, mas não de esqueçam de ter em conta a despachabilidade da energia nuclear (má, o facto de já termos uma potencia instalada em portugal de aprox: 18000 MW, e um consumo maximo registado ( em 2010) de 9403 MW. Ter também em conta que apesar de termos muita potencia instalada, importamos muita energia a Espanha, por ser mais barata, e que o continuaríamos a fazer com a construção de uma central nuclear, e que por lei todas as PRE's (Produção em regime especial) tÊm prioridade na ordem de ocupação no diagrama de carga O que nunca iria compactuar bem no nosso sistema electroprodutor, devido À grande inserção de renováveis na nossa rede

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