quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Sociedade adormecida

Parte III – O Grande Irmão
Não é possível desenrolar todo o novelo sem perceber quem o enrolou. O 25 de Abril é apenas uma das situações que foram manipuladas “laboratorialmente” nos anos precederam a Segunda Guerra Mundial, da mesma forma que os meses que antecederam o ataque japonês a Pearl Harbor ficaram marcados pelo congelamento de bens japoneses e aplicação de sanções por parte das autoridades norte-americanas que se tinham declarado neutras face ao conflito, deixando os nipónicos com poucas escolhas. Como disse um dia Napoleão Bonaparte, "History is the version of past events that people have decided to agree upon." (A História é a versão dos eventos passados sobre os quais as pessoas decidiram concordar). Mas afinal, quem detém o poder para influenciar o rumo dos acontecimentos internacionais e como consegue que tal aconteça? Para responder a estas perguntas, necessitamos de entrar num domínio que para muitos não passa de uma “conspiração” mas cujas evidências não podem ser eternamente ignoradas.
Apesar de alguns historiadores mais fanáticos apontarem as civilizações ancestrais do Egipto e da Mesopotâmia como o berço das organizações maçónicas, ainda que de forma pouco sustentável, a história da organizações maçónicas enquanto entidade que congrega génios, estadistas e influentes homens de negócios ou da banca, capazes de influenciar determinados aspectos da sociedade remonta ao período do Iluminismo quando destacados notáveis como Voltaire ou Montesquieu engrossavam as suas fileiras. Os propósitos destas organizações visavam a defesa da liberdade, democracia, igualdade e fraternidade, qual Revolução Francesa, e eram entidades cuidadosamente afastadas do grande totem do poder de então, a religião Católica. Evoluíram ao longo dos tempos, perdurando até hoje, e, apesar de todo o secretismo que as envolve, a sua existência é do conhecimento público. Apenas a agenda destes grupos continua envolta em nevoeiro cerrado, não obstante algumas fugas de informação.
Contudo, as Maçonarias evoluíram para outros patamares que deram origem a novas organizações globais (aqui a definição evolui de “maçónica” para “globalista”, o termo utilizado para descrever tanto as organizações como os seus membros), de onde se destacam a Comissão Trilateral, o Conselho de Relações Internacionais e, o mais proeminente de todos os grupos, aquele que mais interesse e influência exerce sobre a realidade portuguesa, o Clube Bilderberg. Poucos ouviram falar dele, muitos acreditam que não passa de uma “teoria da conspiração” mas a realidade é que existem muitas evidências que apontam para o facto de haver algo de errado com esta entidade. O Clube Bilderberg actua como um fórum anual que, apesar de reunir o “topo da cadeia alimentar” dos políticos, líderes militares, académicos e empresários, reúne à porta fechada, em hotéis patrulhados pelo exército com rigor elevadíssimo, não dá conferências de imprensa e não permite a entrada de jornalistas. É o expoente máximo do secretismo apesar dos nossos líderes políticos, de quem somos patrões, nunca abrirem a boca sobre o assunto quando questionados. Outro aspecto central sobre estes encontros é que raramente são difundidas notícias sobre os mesmos o que não deixa de ser estranho uma vez que se as férias das figuras públicas são notícia para tantos media, não faria também sentido que uma reunião à porta fechada com os principais actores globais fosse noticiada? Não é por acaso que o único membro permanente português do Clube seja Francisco Pinto Balsemão, histórico militante do PSD mas sobretudo patrão do Grupo Impresa. É ele quem convida os participantes portugueses e até já trouxe um dos encontros para o nosso país que teve lugar em Sintra, decorria o ano de 1999.
Não pretendo fazer uma análise exaustiva sobre os meandros das sociedades secretas. Não só porque precisaria de vários artigos para traçar um quadro detalhado sobre esta realidade mas principalmente porque deverá ser o próprio leitor a levantar questões e a retirar as suas próprias elações se entender que o deve fazer. Trata-se de um tema demasiadamente complexo, relativamente ao qual existe muita informação e contra-informação até porque as pessoas que controlam os grandes conglomerados dos media estão lá e são membros tão influentes como um dirigente político ou militar. Aliás, a ideia de que tudo isto não passa de uma “teoria da conspiração” é amplamente difundida pelos media que também se ocupam de ridicularizar todos os factos que gravitam em torno deste enorme ponto de interrogação. Estamos a falar de uma organização que se pauta por um rigor e eficiência muito elevados, gente que não brinca em serviço. Contudo, deixarei aqui duas notas que certamente deixarão o caro leitor a pensar sendo que outros aspectos relacionados com o “clube” serão desenvolvidos mais à frente, no decorrer desta “saga”:
·         Durão Barroso abandonou em 2004 o cargo de Primeiro-Ministro para presidir a Comissão Europeia. O anúncio foi feito a 25 de Junho de 2004, no dia imediatamente a seguir à célebre vitória de Portugal sobre a Inglaterra no Euro2004. Para além da conveniência do dia, no qual todas as atenções estavam ainda no jogo, convém salientar que 3 semanas antes, Balsemão convidaria Santana Lopes e José Sócrates, o Presidente da CM Lisboa e um deputado como tantos outros respectivamente, para a reunião anual em Stresa. Santana Lopes seria o PM de transição pós-Durão e José Sócrates suceder-lhe-ia. No ano anterior Durão esteve presente no encontro, 2 meses após ter sido o anfitrião da cimeira das Lajes;
·         No encontro de 2005, Balsemão leva o antigo PM António Guterres ao encontro anual dos bilderbergs. Duas semanas e meia mais tarde é apontado como Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. É importante salientar que Guterres esteve também presente na reunião de 94 em Helsínquia, um ano antes de ser eleito pela primeira vez PM;
Poderia citar inúmeras outras curiosas conveniências deste simpático clube como o facto de Bill Clinton ter participado na reunião de 91 e ser eleito Presidente dos EUA em 92 ou Romano Prodi que participou em 99 e foi eleito Presidente da Comissão Europeia no mesmo ano. O leitor poderá olhar para todos estes factos e dizer que tudo não passa de curiosas coincidências. Existe uma organização que congrega os políticos, empresários, banqueiros e académicos mais influentes da Europa e América do Norte, que por sua vez controlam uma significativa percentagem do dinheiro e recursos dos planeta, são proprietários da maioria dos meios de comunicação social de maior abrangência nas suas áreas geográficas (e não só), reúnem à porta fechada protegidos pelo exército do país onde decorre a reunião e, na esmagadora maioria dos casos, os seus convidados pontuais são rapidamente eleitos para cargos de Primeiro-Ministro, Presidente da República, Secretários-Gerais de instituições como a Comissão Europeia ou a NATO (todos os líderes da organização estiveram presentes em encontros do “clube”) ou outros cargos políticos de grande relevância. Não serão coincidências a mais?
Aconselho a todos os interessados a acompanhar de perto o futuro político do pessoas como António Costa, Teixeira dos Santos, Rui Rio e Paulo Rangel que estiveram presentes nas duas últimas reuniões anuais dos bilderbergs. E o leitor poderá perguntar: “mas que importância poderão ter um Ministro caído em desgraça, um mero eurodeputado e dois presidentes de Câmara?”. Legítimo. Tão legítimo como eu lhe recordar que quando esteve presente no encontro de 2004, José Sócrates era um mero deputado que tinha ocupado um ministério de pouca relevância na era Guterres. No espaço de meses transformou-se no primeiro PM socialista com maioria absoluta na história do nosso país.
“Coincidência é a desculpa dos tolos e mentirosos”
Autor desconhecido

Cumprimentos,
João Mendes

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Solteira

A história da chegada do FMI a Portugal pela 3ª vez em 35 anos faz lembrar quando um dirigente de futebol renova os votos de confiança no treinador: o "não" dito muitas vezes só pode dar em "sim". E Sócrates, o homem que abriu mais uma vez as portas ao FMI, parece querer escapar por entre os pingos da chuva. Sabendo que o PEC IV não passaria no parlamento, descobriu neste chumbo a manobra perfeita para se vitimizar. Inocente! Até parece que tudo ia bem antes do chumbo: crescimento económico, taxas de juro a descer e o desemprego a diminuir. E o congresso do PS na altura perfeita. Um congresso de um partido "Socialista" onde não se fala de desemprego, empobrecimento em tempos de desemprego, recessão, pobreza… "Está comigo este Partido Socialista?"

Apesar de convergir com as políticas de fundo do governo, de ter apoiado os diversos PEC´s e aprovado orçamentos de Estado, Passos Coelho e o PSD também não têm culpas no cartório. Inocentes! Tal como disse o Bonzo (Vasco Púlido Valente para os amigos) na sua crónica de sexta-feira (08.04.11), o pensamento dominante apela a que não se procurem culpados. Serão então todos inocentes? Foi tudo gerado instantaneamente? O Bonzo devia ter dito, como conclusão, que o poder político, económico e académico tem andado em circuito fechado nos últimos 35 anos.

Mas estes também são dias que correm de feição para a agenda neoliberal delineada no Convento do Beato e encabeçada politicamente por Passos Coelho. Com a entrada em cena dos mercenários ao serviço do FMI, a nossa autonomia vai ficar ainda mais condicionada nos próximos 5-10 anos, altura perfeita para uma Grande Revisão Constitucional que varra de vez os valores de Abril. Tudo em nome de… bem, não sabemos. Ou saberemos?

Independentemente dos resultados eleitorais das próximas eleições, já existe uma arrumação política predefinida para o dia 6 de Junho e apadrinhada por Belém. Seja o PS ou o PSD a ganhar as próximas eleições (desta vez o CDS entra de qualquer maneira), teremos sempre um governo de lacaios a responder em Bruxelas e em Berlim para deleite do Presidente da República. Urge com isto estarmos atentos às alternativas e deixarmos de lado as inevitabilidades. Os caminhos a seguir não têm de ser necessariamente pavimentados por recessão e miséria. O trabalho desenvolvido pelo PCP mostra que é possível uma ruptura patriótica e de esquerda. Quem tem medo do Lobo Mau?

P.S. No último artigo falei dos Desaparecidos em Combate. Pois eles aí estão: Alegre, a reserva moral da esquerda do PS, não falta a uma chamamento; Fernando Nobre, esse homem da sociedade civil, distante dos partidos e por aí em diante, acaba de aceitar o convite do PSD para encabeçar a lista por Lisboa e ser o candidato do mesmo à Assembleia da República.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ser Jovem na Trofa...

Para mim, politicas de juventude não são apenas duas ou três noites de verão no parque, com Dj’s da moda, meninas bonitas a desfilar e umas bandas a actuar…
As comemorações do dia internacional da juventude, que decorreram no ultimo fim-de-
semana de Março, mesmo com recursos financeiros muito escassos, tiveram um programa
diversificado, com actividade culturais e desportivas, e o mais importante (para mim!)descentralizadas! Não se cingiram unicamente a S. Martinho de Bougado ou a Santiago de Bougado.
As comemorações desta data terminaram com duas iniciativas que marcaram a juventude
da Trofa: A tomada de posse do CONSELHO MUNICIPAL DE JUVENTUDE e a apresentação do
projecto ORÇAMENTO PARTICIPATIVO JOVEM.
O conselho municipal de juventude é constituído por todas as associações do concelho que estejam inscritas no RNAJ (Regulamento Nacional de Associações Juvenis) e partidos Políticos.
No Conselho Municipal de Juventude da Trofa, têm assento os escuteiros (Agrupamentos de S.Martinho de Bougado, Santiago de Bougado, S. Romão e Alvarelhos), JSD, JS, JCP, PS, PSD, CDS-PP e Clube SlotCar (única associação Trofense inscrita no RNAJ). Este órgão consultivo reunirá periodicamente com vista a decidir e contribuir para novas políticas de juventude para a Trofa.
O Orçamento Participativo Jovem (OPJ) é um projecto em que a Trofa é Pioneira em Portugal (já existem outros concelhos onde há o orçamento participativo, mas no “formato juvenil” a Trofa é um dos primeiros concelhos a avançar.
Neste projecto, são os jovens (até aos 30 anos) que decidem onde e como será aplicada uma determinada verba, definida pela Câmara Municipal.
No caso da Trofa, a verba destinada ao OPJ são 20 mil euros, e na minha óptica, esta é sem dúvida, a melhor oportunidade que os jovens terão para apresentar ideias e projectos para algo que gostariam de ver criado no seu concelho.

Aproveito este espaço para lançar o repto junto dos jovens que nos visitam, para que
apresentem ideias e projectos com aquilo que consideram que falta no nosso concelho.
Para obterem mais informações sobre o que consiste, como funciona ou como apresentar
projectos para o OPJ, consultem este site
Na minha opinião tem existido uma decisiva aproximação entre a Câmara Municipal e a juventude trofenses. São iniciativas assim, mais perenes no tempo, menos conjecturais mas mais estruturais, que permitem uma real aproximação e identificação com o nosso concelho. Esta era a mudança pedida.

Cada vez mais, vale a pena ser jovem na Trofa.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O menino da Lágrima



Alguém acredita que José Sócrates consegue a maioria absoluta nas próximas eleições?

Na minha opinião, apenas ele deve acreditar nisso, esse panorama está fora de hipótese, não entendo o porquê dele se demitir e voltar a recandidatar. No mínimo deveria encontrar um outro sujeito capaz de se candidatar pelo partido socialista. Não foi capaz de levar um mandato até ao fim, não será capaz de levar outro mandato, pois no panorama mais favorável para o partido socialista, este novo mandato seria nas mesmas condições, sem maioria absoluta. Quem pensam eles que são? Os donos da razão que decidem o que mais lhes convém sem ter de ouvir mais ninguém, e se não é como eles querem, convocam novas eleições até que o seu desejo seja satisfeito? É nestes sujeitos que o partido socialista quer que se vote novamente?
Queixam-se que o País não tem dinheiro, roubam todos os cidadãos ao máximo e da forma mais inesperada colocando cobrança em estradas (algumas sem alternativa) que até então não eram cobradas, obrigando os cidadãos e comprar dispositivos electrónicos para poder circular nessas mesmas estradas, e até mesmo, pasmem-se reduzindo e até mesmo retirando a bolsa de estudo aos estudantes, diminuindo deste modo a aposta na educação, para no final, e porque Portugal não tem dinheiro, provocam novas eleições e voltam-se a candidatar, porque afinal temos muito dinheiro para gastar em eleições.
Alguém tem ideia do dinheiro que foi gasto em estudos para o enorme aeroporto da Ota, e para o TGV? Precisamos mesmo disto? O Wikileaks tem muita razão quando divulgou que Portugal rege-se pelo orgulho de possuir brinquedos caros. Será a época eleitoral também um brinquedo para eles? 
Colocou o país na situação caótica e complicada em que vivemos, fruto dos últimos 13 anos de governação socialista para no final se demitir e atribuír as culpas para a oposição?
Actitudes cobardes que José Sócrates tem tido, até pode estar a governar com maioria absoluta, mas se algo corre mal a culpa é da oposição, um autêntico menino da lágrima.

Deixo desta forma a minha posição de repúdio pelo que tem sido a governação de José Sócrates.

Cumprimentos;

Nuno Costa