domingo, 30 de janeiro de 2011

A nossa luta

Para esta minha segunda intervenção na Voz da Trofa, tinha preparado uma texto sobre um outro assunto que não o que irei abordar. Desenvolvimentos recentes na questão do metro da Trofa forçaram-me a mudar de ideias, porque enquanto cidadão estou farto de lutas de galos, falsos moralismos, hipocrisia e oportunismo.
Desde que sou maior de idade nunca falhei um acto eleitoral. Sempre exerci o meu dever enquanto cidadão excepto nas recentes presidenciais. E porque? Porque em consciência cheguei à conclusão que, enquanto trofense, deveria mostrar o meu desagrado relativamente às forças políticas por nada fazerem relativamente a este impasse que nos prejudica e dessa forma juntar o meu protesto ao protesto das pessoas do Muro, os trofenses mais prejudicados neste processo por estarem dependentes de um serviço de autocarros muito limitado e da continuamente congestionada N14. Será que os protestos dos trofenses que estão realmente a fazer alguma coisa poderão ter eco ao nível das esferas decisórias no processo do metro? É provável que não. Mas com certeza que não fazer NADA, não irá resolver coisa nenhuma.
Os actores políticos da Trofa estão estrategicamente posicionados no tabuleiro deste combate. Digo combate porque é exactamente isso que está a acontecer: a Trofa tem um problema que é responsabilidade de várias entidades e não apenas de Joana Lima como o recente outdoor da JSD sugere e como alguns responsáveis do PSD Trofa tentam fazer passar, esquecendo-se que também eles têm responsabilidades em todo o processo. Por seu lado, a líder do executivo apareceu com pompa e circunstância no meio dos habitantes do Muro em dia de eleições, envergando uma T-shirt a exigir o metro para a Trofa mas foi incapaz de se juntar aos protestos boicotando também ela as eleições. Optou por ficar do lado do partido.
É neste marasmo que estamos: as duas principais forças políticas da Trofa enviam os seus batalhões para a guerra, despejam o armamento no seu adversário e esquecem-se das necessidades reais dos trofenses. Desprezível. Num momento em que deveríamos estar todos no mesmo barco, PS e PSD optam por se comportar como crianças mimadas, manipulando os eleitorados contra os seus adversários em vez de serem responsáveis e chamar todos os trofenses para uma batalha comum. O egocentrismo de alguns impede-os de ter a nobreza de, por uma vez, baixar as armas e colocar de lado ideologias políticas e todas as diferenças que os separam para trabalharem em conjunto pelo bem da Trofa. A desinformação e a propaganda estão na ordem do dia. Muitos trofenses estão de tal forma galvanizados com tudo isto que ignoram que neste momento não é apenas o metro que está no centro da discussão PS/PSD. Estamos a assistir a uma batalha pelo eleitorado com os partidos a ganhar votos para as próximas eleições. Acredito que o PS e o PSD querem o metro na Trofa, mas nesta batalha joga-se muito mais que isso e por trás desta questão existem muitas variáveis que passam ao lado dos trofenses que perdem o seu tempo a defender os verdadeiros responsáveis pelo problema. Essa é a luta deles, não a nossa.
Está na hora de acabar de uma vez por todas com esta guerrinha medíocre e concentrar a nossa energia numa luta comum. A nossa luta é uma luta da Trofa, não uma luta de laranjas ou rosas. Essas já demonstraram falta de competência para resolver o assunto.
Cumprimentos 

João Mendes

2 comentários:

  1. Excelentíssimo João Mendes,
    ninguém se encontra melhor informado acerca da minha posição do que você(TU!) , apesar de já se ter tornado "pública" a minha posição face à questão do metropolitano, gerando ataques de histeria e dedos bem afiados apontados na minha direcção pelo simples facto de haver uma posição tão herege, anti-dogmática e anti-canónica como a minha, aos olhos de quem apresenta um quadro de "miopia politica agravada". Tal como todo o processo esta a ser conduzido, à mesma imagem se processou o inicio da construção das primeiras linhas e sucessivas infra-estruturas, demagogia e populismo, caciquismo sem acto eleitoral.
    João, você(TU!) refere "(...) Num momento em que deveríamos estar todos no mesmo barco, PS e PSD"( vide João Mendes, 30/01, 17:23), essa é a tónica! A necessidade de estarem numa luta juntos leva a estar no "mesmo barco", aquele que pode afundar e daí ambos ter que partilhar responsabilidade politicas acrescidas,face as que de momento são óbvias, partilhar essas "dores" que continuarão a surgir, era o esperado com vista a minimizar os danos e reparti-los.

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  2. Excelentíssimo João Mendes,
    ninguém se encontra melhor informado acerca da minha posição do que você(TU!) , apesar de já se ter tornado "pública" gerando ataques de histeria e dedos bem afiados apontados na minha direcção pelo simples facto de haver uma posição tão herege, anti-dogmática e anti-canónica como a minha, aos olhos de quem apresenta um quadro de "miopia politica agravada". Tal como todo o processo esta a ser conduzido, à mesma imagem se processou o inicio da construção das primeiras linhas e sucessivas infra-estruturas, demagogia e populismo, caciquismo sem acto eleitoral.
    João, você(TU!) refere "(...) Num momento em que deveríamos estar todos no mesmo barco, PS e PSD"( vide João Mendes, 30/01, 17:23), essa é a tónica! A necessidade de estarem numa luta juntos leva a estar no "mesmo barco", aquele que pode afundar e daí ambos ter que partilhar responsabilidade politicas acrescidas,face as que de momento são óbvias, partilhar essas "dores" que continuarão a surgir era o esperado com vista a minimizar os danos e reparti-los.

    ( peço desculpa por voltar a publicar mas o primeiro período estava mal construído, dada a escassez de tempo não fiz uma segunda leitura com vista a corrigir os erros, podem apagar o primeiro).

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