Na última semana vi ser lançada mais uma petição pública no nosso concelho, que pretende acabar com os maus cheiros provocados pela laboração de uma empresa sediada em Covelas.
Gostaria de fazer duas salvaguardas: a primeira é que o meu pai trabalha nesta empresa, á perto de 20 anos; a segunda é que os autores desta petição são amigos por quem nutro grande estima e consideração. Nenhum dos factos me impede de ter uma opinião formada e isenta acerca do assunto.
Voltando à questão, gostaria de colocar a minha dúvida: Como é que se pode acabar com os maus cheiros? Até agora o nosso país não tem leis que regulamentem a emissão de maus cheiros, bem como a criação de leis é altamente improvável, devido ao lóbi das empresas que produzem adubos e fertilizantes para as terras.
Então como pretende este movimento levar à prática os seus intentos? Desejam o encerramento dessa unidade fabril? Penso que não, pois lançariam centenas de pessoas para o desemprego, pessoas com baixas taxas de escolaridade, e como factor agravante, estamos na presença de várias dezenas de casais, cujos ambos os conjugues dependem dos salários aí recebidos para satisfazerem as suas necessidades de sobrevivência.
Seria muito complicado a inserção de muitas destas pessoas no mercado de trabalho. Vi muita gente a apoiar publicamente a iniciativa e divulga-la. Não sou contra a petição muito menos a eliminação dos maus cheiros. Penso que não está devidamente esclarecida de que forma serão usadas as assinaturas recolhidas. Aguardarei para perceber quais são as expectativas do movimento.
Por
Daniel Neira
Continuo a apreciar a lealdade dos comentadores deste blogue pois o Daniel ao declarar que o seu pai trabalha na referida empresa, está a mostrar que o problema o afeta igualmente a nível pessoal. E a vida é mesmo assim, um eterno conflito entre o ideal e o pragmatismo. É realmente importante legislação rigorosa que evite a continuação de empresas que atentam contra a nossa saúde ambiental mas é igualmente necessário arranjar soluções que não penalizem quem em nada contribuiu para estas situações:os trabalhadores das empresas poluidoras.
ResponderEliminarInfelizmente, essa dualidade que refere, por norma, acaba por não dar em nada...é triste viver num país que ainda não regula este tipo de questões com o ambiente e a qualidade de vida das pessoas ameaçados como estão.
ResponderEliminarConfesso que assinei a petição mas não fiz um exercício de reflexão adequado. Não que me tenha arrependido de o fazer mas existe muitas variáveis a ter em conta nesta questão. Parabéns pelo alarme Daniel!
Abraço
Meus caros Amigos
ResponderEliminarProf Emília
O meu pai Trabalhar nesse empresa é um facto que tem que ser relatado quando escrevo algo sobre a questão. Mas o que pai tem 59 anos, se a unidade fecha-se para ele não seria o fim do mundo, mas a pré reforma. Mas conheço casos de trabalhadores que não sabem ler, que nunca andaram na escola casos de pais e mães e alguns casos até os filhos conseguiram arranjar emprego. Numa altura de "crise" que estamos a passar temos de ter em conta estes factores.
Contudo conheço bem os autores do movimento, e são pessoas sensíveis a esta realidade.
Caro João
Tal como disse não sou contra a petição terei todo o gosto em assina-la, mas quando perceber o seu alcance.
Caríssimos,
ResponderEliminarem primeiro lugar, quero agradecer o facto de terem criado uma plataforma cibernética, na qual se desenvolvem saudáveis porfias.
Posso adiantar, que fui informado da existência deste espaço por parte de um querido amigo com participação activa, que assumiu o titulo por vocês emanado de contribuidor e comentador, sendo ele, João Mendes.
Em segundo lugar, seguindo esta linha de enumeração neste meu escólio, é a primeira vez que participo neste espaço, de hoje em diante irei estar atento a todas as publicações e respectivos comentários, com as devidas limitações temporais que me são adjacentes,tal como acontece com todos vocês.
Deixando para trás estes dois pontos, como nota introdutória à minha futura participação neste "blog", irei de seguida, centrar atenções no "post" que Daniel Neira redigiu.
Covelas, é a freguesia do concelho da Trofa com menos habitantes por km2, segundo dados do INE, publicação estatística de 2001, aproximadamente 97hab/km2( posso fornecer o anuário estatístico em formato digital, mas também em suporte de papel). Factor de peso na fixação da "dita industria" naquele loco, uma vez que, a legislação portuguesa , atente Daniel Neira, é dotada de uma expressão legal exacerbada pelo seu todo, alias, sempre assim foi desde o documento constitucional de 1822, Portugal sempre teve documentos do "conjunto de leis sagradas", avançados em relação a maioria dos países da Europa, se quiserem entender o conceito de avançados pela forte pertença liberal, embora em matéria ambiental a emancipação portuguesa não é tão vincada; faço referência à Alemanha que nesse ponto está bastante mais consolidada, recorde-se onde surgiram os primeiros partidos verdes.
É primordial conhecer o intuito da petição, qual a carga que ela transporta.
Para finalizar, e respeitando a organização de ideias ao longo deste meu comentário, associado ao número de habitantes que segundo a lei é o factor mais preponderante na fixação de empresas que podem vir a produzir malefícios aos seres vivos e respectivos habitats, bem como população humana, não é a questão una ou de excelência da localização de unidades industriais que tragam problemas desta envergadura Surge assim, associada a questão do planeamento e acção legal sobre o território, população humana e restantes seres vivos/ habitats, os distintos tipos de solos bem como modelos de terreno que devem respeitar a lei e ser vistos como pontos de localização ou não da entidade empresarial.
( posso fornecer em suporte digital a legislação ambiental, associada a todo o tipo de tratos com o meio ambiente).
Meu caro 10.1.14.14
ResponderEliminarPermita-me que discorde de si! O que esta consagrado na constituição em matéria de ambiente é poluição, do ar dos solos dos rios, etc . Mas ai é que esta o ponto fulcral. Os maus cheiros não são considerados "pelos intendidos" do ministério do ambiente, com poluição. São o que o próprio nome indica maus cheiros!E são estes mesmo que não são regulamentados. Se a petição fosse relativa a descargas no regato que passa a jusante, ai sim eu previa um linha de actuação, obriga-vão a unidade a construir uma ETAR, e em principio problema resolvido. Em matéria de maus cheiros, não é tão linear. A questão é pertinente mas meu caro, o sr olha para o assunto com uma visão tecnocrata e uma linguagem muito eloquente, sem nunca referir o ponto chave nos meu post, os mais 300 trabalhadores da unidade. É mesmo esse o meu alerta. Que olhem para a problema não de uma forma faccionaria, mas sim em colaboração com a Câmara Municipal O Ministério do Ambiente a unidade encontrar o meios que possam acabar com essas emissões de maus cheiros.
Estaline um dia disse qualquer coisa como
"...1 morte é lamentável, 2ª mortes são uma tragédia 1milhão é uma estatística.."
Espero com os trabalhares desta unidade não façam parte de mais uma estaticista!!
Cumprimentos
Perdão pelo meu erro no ultima linha do comentário anterior.
ResponderEliminarDevia estar escrevi estatística ao invés de estaticista. O corretor ortográfico tem destas coisas!!!
Caro Daniel Neira,
ResponderEliminartenho todo o respeito pela sua reflexão mas tenho a liberdade, com base na legislação, de o elucidar relativamente à matéria dos "cheiros", estes, estão de facto confinados na legislação ambiental em diversos parâmetros, como por exemplo qualidade dos bens ao consumidor, cursos de água e qualidade do ar. Apesar de essencialmente se referirem à matéria de controlo de qualidade,o que ficou latente no meu primeiro comentário, quando afirmei que a nível da legislação ambiental os nossos documentos pecam.
"Em matéria de maus cheiros, não é tão linear." ( vide Daniel Neira 27 de Janeiro , 1:49)
Não é que não exista na legislação informação relativa ao cheiros, não se encontra processada para determinadas circunstâncias e o que se procura é minimizar as adversidades, o que no caso na legislação é previsto, daí o facto da empresa se localizar no dito loco.
Eu não sei onde você foi buscar o conceito de tecnocrata(...)e como o aplicou ao formato das premissas dos meus argumentos. Não pode inundar a critica a um comentário de forma tão sectária, pelo modo como aponta o dedo é fácil definir o seu ideário e quadrante politico.
Eu disse que a petição teria que ser revista. A solução não passa pelo encerramento da unidade fabril, seria insensato da parte de quem impõe a petição querer transpor tal ordem.
Termino, de modo a lhe transmitir alguma paz e sossego, dizendo que : o encerramento da fábrica não é opção.
Caro Daniel Neira.
ResponderEliminarDesafio-o a assistir a uma reunião do movimento, aí conseguirá de certeza entender os propósitos do Movimento Ambiente Saudável. Verifico com alguma tristeza que anda desatento. Se por acaso teve oportunidade de ler o Jornal Noticias da Trofa de 20-01-2011, na ultima página, verá o seguinte: " Os elementos do Movimento não querem, "de forma alguma ( este de forma alguma fui eu que o disse, e reafirmo) comprometer os postos de trabalho da Savinor", apenas reivindicam por uma "VIDA CONDIGNA".
Daniel, permite-me que te trate por tu pois já falamos algumas vezes, já te tinha dito isto noutra ocasião, certo?!? Reforço o convite para vires a uma das reuniões, ou então estamos disponíveis para falar noutro local.
Aproveito para sugerir que assinem a Petição:
http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N5608
Peço para o fazerem pelo bem de todos, até dos que lá trabalham, pois esses também sofrem com o mesmo problema.
E acreditem que não queremos mesmo acabar com os postos de trabalho de ninguém.
Cumprimentos
Caro José Carvalho
ResponderEliminarComo pode ver no meu texto, faço referencia que conheço bem alguns autores da petição.E que os considero como meus amigos. O que eu ainda não percebi é de que maneira querem acabar com os maus cheiros. Não basta dizer " Assinem a petição para acabar com os maus cheiros". Porque isso para mim é muito pouco. É a minha opinião, vale o que vale! Agradeço o convite e reitero que estou complemente disponível para cooperar com o movimento. Contudo podem me explicar a mim e eu fico informado dos vossos intentos. E a população? É isso que eu faço referencia, é preciso explicar a sociedade o que pretendem...
Atentamente
Caro Daniel Neira,
ResponderEliminarparece-me que a única pessoa que tem dúvidas sobre as intenções da petição é o senhor. Em 1º lugar, a população que sofre com cheiros nauseabundos quer acabar com esta situação, fazendo-se ouvir no parlamento. Parece-me que está com medo que se tomem medidas correctivas à referida empresa, mas não se preocupe, pois da forma que é o nosso país e os nossos portugueses, se tivermos raciocínios semalhantes ao seu, NADA se faz neste pais!!
Foi inteligente a forma como abordou o assunto com a intenção clara de fazer repensar os moradores e usuários da A3, apelando à sensibilidade e alta taxa de desemprego no nosso pais, mas não me convenceu.
Aproveito para sugerir a tomar mais vezes banho, pois pode ser que se sinta incomodado com o cheiro, se for o caso, claro!!!
Beatriz Santos
ResponderEliminarEu moro em S.Romão mais afectada do que eu VXª EXª não é. SE morra em covelas ou em em s.Romão o ar que respiramos é o mesmo. Eu como medo que se tomem medidas correctivas? Minha cara eu não sou accionista do grupo que detém a Savinor. E já que a senhora é tão esclarecia e eu sou o único que não percebi de que forma a petição vai ser utilizava, faça o favor de me elucidar! Se souber é claro, o que eu duvido! A forma que abordei o tema para mim é a única forma que pode ser abordada. Se não formos hipócritas, concordaremos que nos últimos anos muito foi feito pela unidade na diminuir os maus cheiros, certo? Aguardo ansiosamente as explicações do que "parece" que sou o único a não perceber!
Daniel,
ResponderEliminarPermite-me que discorde, com a tua declaração anterior "Se não formos hipócritas, concordaremos que nos últimos anos muito foi feito pela unidade na diminuir os maus cheiros, certo? ". Por muito que se faça ainda não foi suficiente para resolver o problema. Eu não estou a ser hipócrita e já moro em S. Romão à um tempinho para saber o que foi feito. Lembro-me de uma proibição que foi indicada à dita empresa que foi a de não produzir ao fim de semana, recordas-te? Isso foi feito é verdade, durante 2 ou 3 fim de semana. Estamos a brincar?
O Administrador da dita empresa reune-se com a população, com a maior das latas, diz que vão tomar medidas correctivas, pede desculpa e depois no dia seguinte vai para os jornais dizer que o cheiro é proveniente da passagem dos camiões na A3, que a culpa não é deles outros estão a aproveitar-se da fama para tirar o proveito e fazerem descargas. Oh meu Amigo, não brinquem comigo, é de saúde pública que falamos.
Quantos aos propósitos, Caro Daniel, é nossa pretensão reunir mais 4000 assinaturas para levar o assunto à assembleia da república. De uma vez por todos queremos mostrar a vontade do povo em resolver esta situação. Queremos que o assunto seja discutido na especialidade, estaremos a sonhar muito alto?!? Talvez, mas não desistimos. Acredita que estamos a informar toda a população da nossa intenção, o que pretendemos e o pensamos fazer para o conseguir. Estamos a chegar onde ainda ninguém até agora tinha chegado.
Daniel, mais uma vez digo, tens de estar mais atento...
Cumprimentos,
José Carvalho
Caro José Carvalho
ResponderEliminarJá agora permita-me uma pequena reflexão. Eu disse que muito foi feito, não disse que se fez tudo o que era possível! Certo? Tanto que começa por discordar mas acaba a concordar comigo quando diz que "Por muito que se faça ainda não foi suficiente para resolver o problema". Nesta afirmação não concordando concorda comigo!!!Porque diz que ainda não foi feito o suficiente, mas alguma coisa foi feita. Bem o meu pai não trabalha ao fim de semana e ele trabalha na fabrica, por isso não sei qual é a parte da unidade que labora ao fim de semana, mas em breve lhe direi. Eu não estou a brincar com ninguém apenas exerço um direito que me assiste já que vivemos numa democracia.Volta a lembrar que eu vivo em s.Romão, á muitos anos alias. Se os vossos intentos são lançar a discussão publica, parabéns. Sé levar o caso a assembleia, para se possa encontrar as soluções necessárias para acabar com o problema, reforço os votos anteriores. Meu caro agora o que vou dizer não é para si, mas para a sociedade tacanha e mesquinha em que vivemos. Quem não sofrer de iliteracia percebera na minha reflexão que não sou nem, nunca fui contra o projecto . A falta de cultura democrática faz com que quem não é por mim é contra mim.
Por isso considero A Voz da Trofa tão importante, a pessoas têm que aprender a conviver com o pluralismo de expressão.