sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Faça-se Ouvir!



É com orgulho e sentido de responsabilidade que inicio a minha participação nesta nova plataforma de debate público. Neste primeiro post, não irei aprofundar muito os assuntos, farei apenas uma pequena abordagem.
Olhando o passado, os Trofenses sempre tiveram um papel importante na história, embora nem sempre pelos melhores motivos, fizeram frente às tropas Francesas, manifestaram-se no caso Varzim-Trofense, foram em forte massa buscar o concelho a Lisboa, etc...
Não sou apologista de violência, muito pelo contrário, mas atribuo especial atenção às manifestações de opinião própria genuínas de todos os cidadãos e actualmente fico com a impressão de que os cidadãos em geral, embora revoltados por diversos motivos, já não têm a garra que tinham para se fazerem ouvir.
Actualmente a Trofa atravessa duas situações em que a vontade dos habitantes não está a ser tida em consideração, sendo elas a localização dos Paços do Concelho e o Metro até à Trofa.
Relativamente aos Paços do Concelho, quando se planeou utilizar terrenos do parque Sra. das Dores para a construção do equipamento municipal, um grupo levantou-se contra. Nesta situação, e perante a vontade manifestada, a obra foi suspensa. Auscultações à população através das juntas de freguesia foram feitas e uma comissão de inquérito imparcial para estudar o caso foi criada. A candidata socialista utilizou  o caso na sua campanha dizendo que com ela a presidente, nada seria feito nas costas dos Trofenses, mas 100 dias depois de ser eleita, decidiu-se pelo local da antiga estação dos comboios, local este que nem na auscultação à população nem na comissão de inquérito foi escolhido como sendo a localização mais favorável para tal organismo. Mais grave, em Assembleia Municipal foi contra a realização de um referendo municipal sobre o assunto. Então e os Trofenses?
Falando no caso do metro, estando a Trofa a ser prejudicada com os sucessivos adiamentos, a presidente da câmara apenas se lamenta pelo sucedido, não gastando qualquer energia para mudar esta situação. O PSD Trofa agiu enviando uma carta ao presidente da Comissão Europeia pedindo a sua atenção para este caso, a freguesia do Muro tenciona boicotar as eleições presidenciais e até um cidadão elaborou uma petição online para levar o assunto em discussão à Assembleia da República. 
São atitudes umas mais e outras menos drásticas, que mantêm o assunto na comunicação social, mas infelizmente o metro só chegará à Trofa para além de 2014.
É preciso Agir! É urgente mostrar o nosso descontentamento. A sua participação poderá ser insignificante, mas grão a grão enche a galinha o papo. É necessário multiplicar exponencialmente as demonstrações de opinião. Façam-se ouvir!
Participem nas Assembleias Municipais e de Freguesia e peçam a palavra no período aberto ao público para questionar os nossos presidentes sobre as situações. Não esperemos que os outros o façam por nós, vamos ser pró activos  pois só assim se constrói um concelho mais justo, dinâmico e democrata.

Cumprimentos;

Nuno Costa

8 comentários:

  1. Maria Emília Cardoso14 de janeiro de 2011 às 06:47

    Muito bom Nuno!
    Infelizmente neste momento a nossa terra está entorpecida. Grande parte das pessoas estão desalentadas, outras estão iludidas com a «rainha» do povo, outras estão à espera de algumas migalhitas, outras de grandes negociatas e assim se «amolece» civicamente uma comunidade onde os espaços de liberdade e partilha de ideias foram cortados. Como eu disse «a minha terra está doente». Ainda bem que há cada vez mais jovens a quererem acabar com o este estado de coisas. Continua. Sois o futuro! Confio em vós!

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  2. Boa tarde!

    Parabéns pelos post Nuno. É importante o teu apelo ao reavivar da chama que uniu e motivou os trofenses no passado em situações tão distintas como as invasões napoleónicas ou a luta pela elevação a concelho. Mas mais importante ainda é o teu apelo a participação activa dos trofenses na vida política da sua terra. O escrutínio popular é fundamental para evitar surpresas desagradáveis!

    Uma nota apenas para o comentário da colega Maria Emília Cardoso: a nossa terra não está entorpecida apenas no momento actual. Está entorpecida praticamente desde que conseguiu materializar a ambição de ser concelho. Esta é a triste realidade que consegue expressão máxima na sua bela constatação: "a minha terra está doente".

    Cumprimentos

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  3. Estou totalmente de acordo!

    A garra, a luta que sempre foi característica deste concelho tem ficado um pouco esquecida e é possível mudar! As iniciativas dos munícipes, o dar voz aos problemas, o dar a cara aos desafios, elevará muito o nosso concelho.

    Agrada-me ver iniciativas destas. Força com o blog. Ainda é recente, mas os conteúdos são promissores!

    Cumprimentos

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  4. Muitos parabéns pelo seu texto caro Nuno Costa!
    Resume bem o que nos vai no sangue. Os trofenses não são de "levar e calar". Devemos muito da nossa história ao nosso espírito inconformista e lutador, mas efectivamente tens-se notado um acentuar do desinteresse pelos assuntos da nossa terra. É preciso estimular este nosso espírito de participação para que o povo da Trofa honre o seu nome e faça justiça à sua história.

    Parabéns Nuno Costa, Parabéns Voz da Trofa. Vamos dar voz aos trofenses...

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  5. Obrigado pelos comentário!
    Os Trofenses são bairristas, defendem os seus interesses de forma espontânea e gostam de participar em todas as decisões que lhes dizem respeito.
    Esse sentimento já não é manifestado à muito tempo, as pessoas andam caladas, é necessário a participação de todos para que juntos melhoremos os destinos da Trofa.

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  6. Não percebo como é que ainda acreditam que algum dia o metro chegará à Trofa, agora "além de 2014"!!! Que mais terá de acontecer para entenderem,finalmente, que não chegará nunca...

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  7. Caro Luís Cameirão,

    Como optimista que sou quero acreditar que essa verdade absoluta que enuncia nunca se irá materializar. Não deixo, no entanto, de ser realista: a situação não está favorável para o nosso lado. De qualquer das formas, tudo depende "geopolítica partidária" do nosso país. O que é verdade num dia, já não o é no dia seguinte. Parece-me precipitado afirmar categoricamente que o metro nunca chegará mas o tempo dirá para que lado pende a balança.

    Cumprimentos,

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  8. Caro Luis Cameirao,

    Essa não é a atitude correcta perante um acontecimento deste nível. A atitude que demonstra aqui é uma atitude "Laissez-faire", deixar andar, o que os outros decidirem estará bem para nós. Acredito que o seu comentário até poderá ser consciencioso, poderá ser verdade o que afirma, mas só o será se as pessoas não manifestarem a sua vontade, se as pessoas não se fizerem ouvir e "deixarem andar até ver".
    Recordo o assunto das SCUT's, ou melhor ACCUT (Afinal Com Custos de UTilização), em que todos criticavam a implementação da cobrança, mas quando era agendada alguma actividade para demonstrar o descontentamento comum, todos ficaram à espera que "os outros" defendessem por eles. O resultado está aí.
    "Quem cala consente" não é verdade? Então se nos calarmos estaremos a consentir.
    Manifestação não obriga a cortes de estradas, existem várias formas de fazer-se ouvir a vontade do povo, é necessário que ele colabore.
    Lembro uma frase de Zeca Afonso: "O povo é quem mais ordena", idealismos políticos à parte, não terá ele razão?

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