sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Qual é a importância da Trofa na área metropolitana do Porto

É com grande satisfação pessoal, e sentido de responsabilidade que inicio a minha colaboração com a Plataforma de cidadania A voz da Trofa. Estamos perante um acontecimento histórico no nosso jovem concelho. Várias pessoas de quadrantes políticos diferentes unem-se em defesa da nossa Terra. Na descrição do blogue da Plataforma evidencia-se a palavra Plutocracia. Sem dúvida é a melhor forma de expressar os tempos em que vivemos. Vivemos numa economia de casino, regido pela ditadura dos mercados de capitais, obrigando que os governos estejam ao serviço dos interesses económicos ao invés de representarem os cidadãos. Diariamente são criadas medidas de contenção de combate aos deficits interno e externo. Mas são tímidas as medias de incentivo á economia real, á criação de emprego. Estes problemas não passam ao lado da Trofa. Á doze anos conseguimos a autonomia, com a criação do Concelho..Queríamos um concelho cosmopolita, atractivo ao investimento externo onde os seus munícipes usufruíssem de um boa qualidade de vida. Doze anos passados e a realidade é bem diferente. Vemos-nos confrontados com um divida astronómica, ultrapassando o limite Legal de endividamento em 19milhoes de Euros. E agora? Quem paga? Teremos um executivo a trabalhar para deficits, ou um executivo sensível aos problemas sociais e ás assimetrias do nosso concelho . Note-se a Trofa, está sensivelmente a 20km do porto, não serão muitos mais os que nos separam de Braga. Qual é a importância do nosso concelho na área metropolitana do Porto?Qual é nossa influencia na zona Norte?
O que temos feito nos últimos anos para a afirmação do nossa terra é muito pouco,  eu atrevo.me a dizer  que não fizemos nada. vejamos:.

As infra-estruturas rodoviárias:
A tão prometida e necessária variante  na Nacional14 onde está? O metro de superfície ISMAI-TROFA projectado na primeira fase da obra Metro Porto? Por lapso penso que foi desviado para Gondomar!

Áreas de lazer:
Nestes 12 anos quanto m2 de de zona verde foi criado no nosso concelho? O tão badalado parque das azenhas onde está? Este um factor importante para a captação de novos habitantes para o nosso concelho!

 Empreendedorismo e economia local:
Quantas medidas efectivas foram criadas para que novos empresários se fixassem na nossa terra. Onde está o PDM onde está a ALERT?

Desde de a criação do concelho vivemos de promessas vãs. Nada tem sido feito em defesa da nossa terra.   É hora de arrepiar caminho, de uma vez por todas que se acabem as quezílias  quando o que esta em causa é o futuro do nosso concelho.Que possamos aproveitar este contexto de crise para se fazerem as reformas necessárias, com coragem e sentido de oportunidade. Veremos o que o futuro próximo nos reserva.


Por

Daniel Neira

9 comentários:

  1. Parabéns pela criação de mais um espaço de discussão.
    Apenas tenho uma dúvida, o que é que a definição de plutocracia tem a ver com "A voz da Trofa" ? é um subtitulo, que a meu ver, pouco se relaciona com o titulo, ou não está devidamente explicado!

    Cumprimentos

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  2. Boa noite Anónimo

    Eu não estou mandatado para falar em novo da A Voz da Trofa, contudo colaboro com este projecto. Plutocracia é o perigo das sociedades ocidentais. No meu post faço eco a isso mesmo. A voz da Trofa é uma Plataforma de cidadania, um movimento cívico. Assim sendo, com cidadãos uma das principais preocupações é que as pessoas que elegemos tanto na Trota como no País estejam ao nosso serviço ao invés servir os grandes interesses economicista.

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  3. Maria Emília Cardoso11 de janeiro de 2011 às 16:57

    Daniel, respondendo à sua questão, eu penso que a nossa importância na área metropolitana do Porto é nula. Somos um pequeno concelho periférico, de fronteira e que tem vindo a perder importância quer económica quer até geográfica. A estação da Trofa já foi um local de confluência das grandes linhas do Norte. Hoje,apesar todo o seu aparato arquitetónico,não passa de um simples apeadeiro ou paradeiro, como dizem alguns pois os comboios aqui só param e rapidamente arrancam. A A3 veio descongestionar um pouco o trânsito da Trofa mas também afastou muitas pessoas da nossa terra. Quem se lembra de familias inteiras a fazerem piqueniques ao Domingo no Parque, nas paragens que faziam nas suas viagens pela nacional 14? Ou então a pararem no Café Miranda para comprarem o Bolo da Trofa? E os carros que passavam na Trofa a caminho da Póvoa,no Verão? Podem dizer que era só confusão, mas foi assim que a Trofa ficou conhecida, foi assim que atraíu empresas e gerou riqueza. Hoje já quase ninguém precisa de passar na Trofa para se deslocar a parte nenhuma e a confusão de trânsito que existe deve-se mais a uma má gestão da nossa rede viária e aos constrangimentos naturais (rio Ave e antiga linha). A Trofa cada vez ficará mais entregue a si própria se não tiver gente competente a geri-la, gente que deixe de falar como troficas de bairro, que só sabe dizer que somos os maiores em tudo. Devíamos apostar na qualidade,na modernidade e na verdadeira competência para que a Trofa dê saltos qualitativos em frente.

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  4. Boa Noite

    Prof Emília Cardoso permita-me que concordo a 100% consigo.NO meu post eu referencio que é um problema do "sistema". Por sistema na Trofa entretemos-nos com festinhas e dias temáticos ao invés de nos preocupar-mos com o que realmente é importante. Não me lembro desse saudoso tempo em que a Trofa era visita por centenas de pessoas, afinal tenho 23 anos. Mas temos potencial para que isso volte a acontecer. Acontece nas cidades a volta. Famalicão, S.Tiro, Vila do Conde centenas de pessoas pelas ruas a noite nos bares. É preciso é querermos....

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  5. Caro Daniel Neira : Começo o meu comentário aos seus artigos por dizer que respeito a sua opinião. Respeito pela opinião é basilar em democracia. E o meu respeito,e luta, pela democracia começa antes de ela ser "respirada" em Portugal. Quem viveu esses anos de ditadura e que lutou contra ela , "doi-se" ao constatar o clima de medo , quase de "estado de delito de opinião " que se vive, hoje, na Trofa ! Enquanto responsável pela autarquia fui muitas vezes apelidado de "boa pessoa " ( no sentido pejorativo ), porque ouvia todos e mesmo aqueles que semanalmente atendia e que sabia que me tinham cortado na casaca nos cafés ou outro sítio , era recebido como uma pessoa que tinha um problema a resolver e que muitas dependia de mim a sua solução . Não estou a fazer nenhum auto-elogio, porque sempre fui assim e sempre me pautei(e lutei) pelo exercício pleno da cidadania , qualquer que fosse a origem social ou a sua condição económica. É por aqui que devemos encarar a vivência e o futuro da Trofa .Estimular a liberdade de opinião , impulsionar a comunidade para um pensamento,direi, mais urbano , envolver as pessoas na discussão crítica(não acrítica) do seus problemas , para que não apareça nenhum "vendedor da Torre dos Clérigos" a subtrair-lhes o seu próprio pensamento sobre as coisas.Mas comecei o texto por dizer que respeito a sua opinião, embora ,em algumas coisas, não concorde consigo.
    O que se fez pela Trofa nos 10 primeiros anos , após a sua autonomia . É capaz de rebobinar e colocar-se em 1999 versus 2010. Eu sou porque vivi esses anos com afinco. Quer dar comigo uma volta pela Trofa para lhe mostrar os espaços verdes que se construiram ,nomeadamente em S. Martinho? Os cerca de 200 KM de pavimentação de ruas , quer na cidade quer nas outras freguesias ? O saneamento básico com uma taxa de satisfação de 12% em 1999, que passou para 85% em 2010? Colegas meus diziam que nesta matéria eu ia ter problemas :obra enterrada e que não se via,pó no verão ,lama no inverno , reposições de pavimento normalmente irregulares . Respondia-lhes sempre que a obra, embora não "desse" votos, era inadmissível em pleno séc.XXI, uma comunidade Metropolitana e Europeia , não tivesse nesta área básica e essencial para a saúde pública ,o máximo de serviço à população.E a recuperação da escola para todos , e acção social com respostas inovadoras, e premiadas, à população ? Havia muito mais a fazer . Sim . Havia e há muito mais a fazer? Sim mas para isso é necessário estabelecer prioridades (ter um rumo) , anunciá-las (como fizemos ) e ir em frente . E a parte imaterial que desenvolvemos ?Logo no princípio fomos acusados de esbanjar muito dinheiro nas actividades culturais ! Mas não é aí que devemos apostar ? Meu caro Daniel Neira, a terminar, por hoje . Sabe quantos anos de vida têm a maioria(305) dos Municípios Portugueses ? Mais de 100 anos (não dez), e o que isso representa, nomeadamente , em património ! Sabe que não fomos bafejados pelo IQCA (não éramos,ainda concelho), tempos em que as comparticipações comunitárias eram a 90% ? O nosso saneamento básico foi comparticipado a 50% !!! Aqui termino . Com respeito. Bernardino Vasconcelos

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  6. Em tempo: PDM - deixei-o pronto, isto é já tinha decorrido a discussão pública(fase final do processo) em Outubro de 2009 !!!!!! Depois de mim, até hoje nada . Quantos anos se clamou pelo PDM . Agora está tudo calado !
    ALET-o processo estava finalizado,penso que o encerraram ! O Prof. Augusto Mateus (nosso assessor nesta matéria )considerava-o vencedor em termos de apoios comunitários (8 milhões de euros)!
    Concursos, até para fornecimento de papel , eram auscultadas algumas empresas da Trofa !

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  7. Caro DR Bernardino Vasconcelos

    A idade não me permite recuar no tempo para que possa descrever onde estávamos em 1999,tenho 23 anos. Ma isso não não me inibe de saber para onde devemos ir.Revejo-me completamente no seu post, alias acredito que ele reforça a minha reflexão.Aborda apenas 2 pontos do meu texto. Tenho para para mim dr Bernardino, que criar espaços verdes não é fazer rotundas ou por umas árvores aqui e ali.
    Todas as obras que enumera contribuíram para o exorbitante endividamento da autarquia, disse-mos o mesmo por palavras diferentes. Uma ultima nota o titulo do meu texto é " Qual é a importância da Trofa na Área Metropolitana do Porto", e quanto a isso nem uma palavra da sua parte. Bem sei que só temos 12 anos de autonomia, mas neste tempo andamos a assobiar para o ar. A fazer festas e festinhas para Português,a gastar milhares em dias temáticos, em guerinhas politico-partidárias muitas vezes sem qualquer sentido. Tenho muitos amigos fora do nosso concelho, a imagem que muitos deles têm de nós é que ainda somos meios saloios, e temos vacas.... Nem no actual executivo nem no anterior existiu o politica de projecção do nosso concelho. Talvez sejam os 23 anos que me dêem uma mistura de impaciência com frustração de ver a nosso concelho tão débil. Possivelmente, mas a realidade mostra que infelizmente tenho razão. Somos muito pouco para quem vive a 20km do Porto


    Cumprimentos

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  8. Bem vindo ao blogue meu caro Dr Bernadino Vasconcelos. É uma honra a sua participação e só demonstra que este espaço se pode tornar num grande fórum dos trofenses.
    Pela minha parte, não me custa nada reconhecer o trabalho que foi realizado nos primeiros anos do nosso concelho e nos quais o senhor desempenhou um papel determinante. Já tive ocasião de referir num artigo que escrevi quando o concelho comemorou o 10º aniversário que a opção por dotar a Trofa de infra estruturas em vez de criar obras que «enchessem o olho» era para mim a opção mais correcta mas ao mesmo tempo a mais arricada e talvez impopular. Muito foi feito, muitas opções acertadas, outras menos, muito ficou por fazer mas o resultado final foi amplamente positivo, comparando com o ponto de partida. Continue por aqui. Um abraço.

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  9. Prof Emília Cardoso

    No seu comentário diz "não me custa nada reconhecer o trabalho que foi realizado nos primeiros anos do nosso concelho e nos quais o senhor desempenhou um papel determinante".
    A mim também não me custa nada admitir a obra projectada, alias seria hipotética dizer ou tentar esconder o papel preponderante que teve o dr Bernardino no nosso concelho.Por motivos mais que óbvios. Muita coisa foi feita e bem feita algumas nem tanto e muitas outras ficaram por fazer. Mas o que eu tento chamar a atenção é que na Trofa todos nos andamos a perder tempo.A única iniciativa que eu vi ser criada com grande projecção e que enaltece o nosso concelho, é a ExpoTrofa. Tentem como eu nesta minha reflexão olhar para a Trofa como alguém fora do concelho.

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