terça-feira, 5 de abril de 2011

O menino da Lágrima



Alguém acredita que José Sócrates consegue a maioria absoluta nas próximas eleições?

Na minha opinião, apenas ele deve acreditar nisso, esse panorama está fora de hipótese, não entendo o porquê dele se demitir e voltar a recandidatar. No mínimo deveria encontrar um outro sujeito capaz de se candidatar pelo partido socialista. Não foi capaz de levar um mandato até ao fim, não será capaz de levar outro mandato, pois no panorama mais favorável para o partido socialista, este novo mandato seria nas mesmas condições, sem maioria absoluta. Quem pensam eles que são? Os donos da razão que decidem o que mais lhes convém sem ter de ouvir mais ninguém, e se não é como eles querem, convocam novas eleições até que o seu desejo seja satisfeito? É nestes sujeitos que o partido socialista quer que se vote novamente?
Queixam-se que o País não tem dinheiro, roubam todos os cidadãos ao máximo e da forma mais inesperada colocando cobrança em estradas (algumas sem alternativa) que até então não eram cobradas, obrigando os cidadãos e comprar dispositivos electrónicos para poder circular nessas mesmas estradas, e até mesmo, pasmem-se reduzindo e até mesmo retirando a bolsa de estudo aos estudantes, diminuindo deste modo a aposta na educação, para no final, e porque Portugal não tem dinheiro, provocam novas eleições e voltam-se a candidatar, porque afinal temos muito dinheiro para gastar em eleições.
Alguém tem ideia do dinheiro que foi gasto em estudos para o enorme aeroporto da Ota, e para o TGV? Precisamos mesmo disto? O Wikileaks tem muita razão quando divulgou que Portugal rege-se pelo orgulho de possuir brinquedos caros. Será a época eleitoral também um brinquedo para eles? 
Colocou o país na situação caótica e complicada em que vivemos, fruto dos últimos 13 anos de governação socialista para no final se demitir e atribuír as culpas para a oposição?
Actitudes cobardes que José Sócrates tem tido, até pode estar a governar com maioria absoluta, mas se algo corre mal a culpa é da oposição, um autêntico menino da lágrima.

Deixo desta forma a minha posição de repúdio pelo que tem sido a governação de José Sócrates.

Cumprimentos;

Nuno Costa

1 comentário:

  1. Caro amigo Nuno,

    Parabéns pela tua nova publicação. Confesso que enquanto a lia, sentia que estava a ler algo escrito por alguém de esquerda tal é o grau de revolta contra o sistema e contra os erros que no passado foram também cometidos pelo PSD e serão novamente caso Pedro Passos Coelho seja eleito. É que anda por ai muita gente que pensa que quando ele for eleito (se for eleito) vai sacar um Coelho da cartola e magicamente salvar Portugal deste lodo que o PSD ajudou a criar. Continua o jogo da desresponsabilização: agora é a vez do PSD ir para o poleiro dizer que nunca imaginou que a situação era tão grave, que afinal precisamos de mais medidas de austeridade, que afinal o FMI já cá devia estar e o blá blá blá do costume no qual PS e PSD se alternam.
    Claro que concordo contigo e com o teu discurso apesar de existir um ou outro ponto de desacordo. Mas vamos por partes. Em primeiro lugar o que achas que eles (PS/Sócrates) deviam fazer Nuno? Achas que deviam dizer à população "Por favor não nos permitam ter maioria absoluta, não não queremos ganhar"??? Isso parece te realista? É óbvio que pedem maioria e é óbvio que José Sócrates se recandidata porque mais ninguém no PS vai querer assumir um fardo tão pesado num momento destes. É uma questão de lógica, não precisas de pressupostos políticos para a analisar...Já agora eles não convocaram eleições: ele ameaçou demitir-se caso o PEC não fosse aprovado e foi isso mesmo que fez. A hipocrisia do PSD em ratificar 3 PECs e depois deixar cair o 4º para depois dizer que afinal precisa de mais austeridade não é muito melhor que a atitude do PM e o PSD teve claros objectivos eleitoralistas nesta questão, não pensas que se tratou de alguma forma de altruismo. Infelizmente, as prioridades do centro nunca são as pessoas. O resto é a história a repetir-se: bolsas de estudo? Cavaco Silva fez o maior aumento de propinas da história democrática deste país. Entendes isso como uma não-aposta na educação? Eu não, eu defendo que foi uma alternativa fácil de conseguir aumentar a poupança do estado. Provocar eleições e com isso gastar dinheiro dos contribuintes? Condeno. Mas pela tua lógica então quando o Durão Barroso decidiu abraçar um tacho maior na UE também precipitou eleições antecipadas e, por arrasto, gastos desnecessários para o estado.

    Continuando a covnersa dos gastos estúpidos, referes-te ao aeroporto da OTA e TGV (qual TGV? aquele que ficou acordado entre um antigo governo PSD e o governo espanhol?) que são efectivamente gastos idiotas como o foram os Estádios do Euro, os submarinos, o CCB e as suas derrapagens ou a Casa da Música. Onde está a novidade?

    E depois aquele cliché que vocês, sociais-democratas adoram referir: os 13 anos de governação socialista. Eu sei que a governação Durão/Santana foi uma nulidade mas existiu. Aquele período entre 2002 e 2005 recordas-te? Mas esses 3 anos estão ali entre os 7 do Guterres e os 6 do Sócrates. Eu sei que vocês gostam de acreditar que ele não existiu na realidade mas é verdade, existiu mesmo. E antes também existiram aqueles 10 anos do Sr. BPN com Oliveiras e Costas e Dias Loureiros no governo, com a ADM Pública a duplicar a massa salarial durante o cavaquismo e com a má gestão dos fundos europeus que se conheçe. Tu és inteligente Nuno e sabes bem que nestas coisas da política, o passado importa e condiciona o futuro. O que nos leva a minha habital conclusão: a rotatividade PS/PSD é nefasta, prejudica os portugueses e é imcompetente? temos alternativas? Sinceramente não sei mas gostava. E chamo ainda a tua atenção para o facto da anunciada aliança pós-eleitoral entre PCP e BE que pode mudar muita coisa no hemiciclo.

    Eu também repudio a governação Sócrates meu caro, assim como repudio a governação Cavaco, a governação Guterres e a governação Durão/Santana. São todos uns incompetentes meninos da lágrima e a sua passagem deixa sempre o país pior do que já estava antes.

    Um abraço,

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