domingo, 30 de janeiro de 2011

A nossa luta

Para esta minha segunda intervenção na Voz da Trofa, tinha preparado uma texto sobre um outro assunto que não o que irei abordar. Desenvolvimentos recentes na questão do metro da Trofa forçaram-me a mudar de ideias, porque enquanto cidadão estou farto de lutas de galos, falsos moralismos, hipocrisia e oportunismo.
Desde que sou maior de idade nunca falhei um acto eleitoral. Sempre exerci o meu dever enquanto cidadão excepto nas recentes presidenciais. E porque? Porque em consciência cheguei à conclusão que, enquanto trofense, deveria mostrar o meu desagrado relativamente às forças políticas por nada fazerem relativamente a este impasse que nos prejudica e dessa forma juntar o meu protesto ao protesto das pessoas do Muro, os trofenses mais prejudicados neste processo por estarem dependentes de um serviço de autocarros muito limitado e da continuamente congestionada N14. Será que os protestos dos trofenses que estão realmente a fazer alguma coisa poderão ter eco ao nível das esferas decisórias no processo do metro? É provável que não. Mas com certeza que não fazer NADA, não irá resolver coisa nenhuma.
Os actores políticos da Trofa estão estrategicamente posicionados no tabuleiro deste combate. Digo combate porque é exactamente isso que está a acontecer: a Trofa tem um problema que é responsabilidade de várias entidades e não apenas de Joana Lima como o recente outdoor da JSD sugere e como alguns responsáveis do PSD Trofa tentam fazer passar, esquecendo-se que também eles têm responsabilidades em todo o processo. Por seu lado, a líder do executivo apareceu com pompa e circunstância no meio dos habitantes do Muro em dia de eleições, envergando uma T-shirt a exigir o metro para a Trofa mas foi incapaz de se juntar aos protestos boicotando também ela as eleições. Optou por ficar do lado do partido.
É neste marasmo que estamos: as duas principais forças políticas da Trofa enviam os seus batalhões para a guerra, despejam o armamento no seu adversário e esquecem-se das necessidades reais dos trofenses. Desprezível. Num momento em que deveríamos estar todos no mesmo barco, PS e PSD optam por se comportar como crianças mimadas, manipulando os eleitorados contra os seus adversários em vez de serem responsáveis e chamar todos os trofenses para uma batalha comum. O egocentrismo de alguns impede-os de ter a nobreza de, por uma vez, baixar as armas e colocar de lado ideologias políticas e todas as diferenças que os separam para trabalharem em conjunto pelo bem da Trofa. A desinformação e a propaganda estão na ordem do dia. Muitos trofenses estão de tal forma galvanizados com tudo isto que ignoram que neste momento não é apenas o metro que está no centro da discussão PS/PSD. Estamos a assistir a uma batalha pelo eleitorado com os partidos a ganhar votos para as próximas eleições. Acredito que o PS e o PSD querem o metro na Trofa, mas nesta batalha joga-se muito mais que isso e por trás desta questão existem muitas variáveis que passam ao lado dos trofenses que perdem o seu tempo a defender os verdadeiros responsáveis pelo problema. Essa é a luta deles, não a nossa.
Está na hora de acabar de uma vez por todas com esta guerrinha medíocre e concentrar a nossa energia numa luta comum. A nossa luta é uma luta da Trofa, não uma luta de laranjas ou rosas. Essas já demonstraram falta de competência para resolver o assunto.
Cumprimentos 

João Mendes

Levar a carta ao cherne

Nos dias que correm, a multiplicação de canais informativos e a avalanche de (des) informação associados a uma voracidade mediática, levam, em muitos casos, à não assimilação da informação ou do conhecimento que realmente importa. É muito frequente ouvirmos a expressão "para além da espuma dos dias". Interligado com esta problemática, a falta de memória política parece que ganhou ainda mais força. Se não, vejamos.

O PSD local, investido por uma atitude modernaça e algo pacóvia, decidiu levar o caso do Metro para Bruxelas e pedir a Durão Barroso, excelentíssimo ex-primeiro-ministro e agora presidente da Comissão Europeia, "que intervenha junto a quem de direito"! É fácil de imaginar a cena em Bruxelas:

Secretária: Sr. Presidente, tenho ao telefone a Sr.ª. Merkel e o Sr. Sérgio Humberto do PSD Trofa.

Durão Barroso: Passe a chamada do o Sr. Sérgio Humberto do PSD Trofa. A Sr.ª Merkel e os seus problemas podem esperar.

Sérgio Humberto: Olá excelentíssimo Sr. presidente da Comissão Europeia. Será que pode fazer alguma coisa para que o Metro chegue à Trofa?

Durão Barroso: Ah! O Metro do Porto! Não me lembro. Só me lembro de ter pertencido a um governo que mandou espancar a população da Trofa e de presidir a outro que pouco ou nada fez pelo desenvolvimento do mesmo concelho.

Depois deste diálogo lúdico, não seria de perguntar aos responsáveis do PSD local o porquê de não levarem as suas propostas ao líder parlamentar do seu partido em Portugal? Quase me esquecia: o PSD de Portugal (juntamente com o PS e o CDS) inviabilizou todas as propostas do PCP na Assembleia da República relacionadas com o prolongamento da linha do Metro entre o ISMAI e a Trofa. Se o ridículo matasse…

Passando para outra pestilência, o problema da Savinor está novamente na ordem do dia. Desde há quase dez anos que acompanho este caso e as suas consequências na qualidade de vida das populações envolventes à unidade industrial. E há quase dez anos que assisto às constantes intervenções e propostas do PCP relacionadas com os problemas ambientais e, mais recentemente, com os problemas laborais desta empresa. Infelizmente, as propostas têm sido chumbadas no Parlamento ou ignoradas pelas restantes forças políticas do concelho. Pegando novamente no primeiro parágrafo, é com alguma tristeza que vejo certas forças associarem-se a esta petição pública por mero oportunismo político. E que tal sabermos qual foi o sentido de voto da então deputada Joana Lima aquando das propostas do PCP?

Ainda dentro deste ponto, quero lamentar a ideia sempre implícita de que o PCP, quando intervém junto de alguma empresa, a quer encerrar ou destruir postos de trabalho. Isto só pode ser fruto do preconceito ou do jogo ideológico rasteiro. Não é possível descortinar, dentro das inúmeras intervenções dos meus camaradas sobre esta matéria, a mínima intenção de encerrar ou deslocalizar a empresa.

Não podia escapar ao assunto das Presidenciais. Independentemente de ser o presidente eleito com menor número de votos, quero apenas chamar à atenção para uma parte do discurso revanchista de Cavaco Silva direccionado aos jovens: “lutem pelo vosso futuro. São a geração da mobilidade, do Erasmus e das redes sociais. Não fiquem parados. Lutem por uma nova forma de fazer política”. Devia era dizer: “lutem pelo vosso futuro. São a geração dos recibos verdes, da precariedade, da emigração por falta de oportunidades e do desemprego. Não fiquem parados. Lutem por uma nova forma de fazer política”.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011


Em primeiro lugar, quero agradecer a consideração que tiveram por mim ao convidar-me a fazer parte do painel de colaboradores deste blog, sendo este uma plataforma onde poderemos discutir ideias sobre o que se passou, o que se passa e o que se deveria passar no nosso concelho.
Sou militante do PS e dirigente da JS, função que me orgulho de desempenhar. Considero que pertencer a uma juventude partidária é das melhores oportunidades cívicas que um jovem tem. Seja qual for a ideologia, defendo que o eleitor jovem deve ter um papel activo na política. Deve mostrar trabalho, mobilizar. Os jovens devem ter uma participação activa na gestão autárquica, marcando presença nas assembleias de freguesia e municipais, ouvir, compreender, e se acharem necessário, intervir, sem medo de apresentar o seu ponto de vista. Intervir criticando, apresentando propostas, soluções, não apenas intervir para criticar por criticar, pois os jovens podem e devem ter uma palavra a dizer quanto ao futuro.
Tendo ideologias de esquerda, não ponderei nunca, pertencer a JS. Defendo os ideais do socialismo, defendo que devemos viver numa sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades/meios para todos os cidadãos, com um método igualitário de compensação.
Por defender esta ideologia é que concordo com algumas das medidas tomadas pelo actual executivo camarário, nomeadamente a oferta dos livros e a redução de 50% da tarifa de ligação ao colector (mas sobre isto, dedicarei um post completo, mais tarde)
Não me alargo muito nesta primeira intervenção, apenas quis “dar-me a conhecer”, bem como as minhas ideologias, e nos próximos posts, aí sim, apresentarei raciocínios devidamente fundamentados.
Desejo “muitos anos de vida” a este blog e que seja sempre pautado de uma boa conduta e civismo. E que se possível, daqui surjam boas ideias para o nosso jovem concelho.

Por

José Santos

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Petição Publica!!!


    Na última semana vi ser lançada mais uma petição pública no nosso concelho, que pretende acabar com os maus cheiros provocados pela laboração de uma empresa sediada em Covelas.

Gostaria de fazer duas salvaguardas: a primeira é que o meu pai trabalha nesta empresa, á perto de 20 anos; a segunda é que os autores desta petição são amigos por quem nutro grande estima e consideração. Nenhum dos factos me impede de ter uma opinião formada e isenta acerca do assunto.

Voltando à questão, gostaria de colocar a minha dúvida: Como é que se pode acabar com os maus cheiros? Até agora o nosso país não tem leis que regulamentem a emissão de maus cheiros, bem como a criação de leis é altamente improvável, devido ao lóbi das empresas que produzem adubos e fertilizantes para as terras.
 Então como pretende este movimento levar à prática os seus intentos? Desejam o encerramento dessa unidade fabril? Penso que não, pois lançariam centenas de pessoas para o desemprego, pessoas com baixas taxas de escolaridade, e como factor agravante, estamos na presença de várias dezenas de casais, cujos ambos os conjugues dependem dos salários aí recebidos para satisfazerem as suas necessidades de sobrevivência.
   Seria muito complicado a inserção de muitas destas pessoas no mercado de trabalho. Vi muita gente a apoiar publicamente a iniciativa e divulga-la.  Não sou contra a petição muito menos a eliminação dos maus cheiros. Penso que não está devidamente esclarecida de que forma serão usadas as assinaturas recolhidas. Aguardarei para perceber quais são as expectativas do movimento. 


Por 

Daniel Neira

  

sábado, 22 de janeiro de 2011

Correio de Leitor

A Voz da Trofa abre o fórum as seus leitores.

Sendo plataforma de cidadania, A Voz da Trofa,tem como principal linha de actuação incentivar os cidadãos e serem activos na defesa dos seus valores, na defesa da sua Terra. Conta-mos consigo, por uma sociedade mais informada e mais interventiva.
Semanalmente será publicado um texto dos nossos leitores no blogue d´ A Voz da Trofa
Envie o seu texto para o e-email

avozdatrofa@gmail.com


Contamos consigo!!!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A discípula de Sócrates

É com agrado que faço a minha estreia neste blogue. Desde logo agradeço o convite e devo também deixar já a minha declaração de interesses: sendo militante do PCP, a minha opinião vai muitas vezes andar de mãos dadas com as posições do meu partido.
O último ano foi, provavelmente, o ano das grandes desilusões na Trofa. Nas autárquicas de 2009, o povo da Trofa decidiu varrer o executivo PSD, votando maioritariamente nas listas do PS. Com esta mudança, esperava-se um novo rumo, uma lufada de ar fresco. Mas rapidamente o ar tornou-se rarefeito.
Fruto da árvore socrática, a actual presidente é uma boa aluna da escola política de José Sócrates: ideologia oca e percurso político instantâneo revestido com um manto de animal feroz. Eleita através de uma promessa política miserável, com base na ideia da vantagem de um executivo da mesma cor do governo, a nossa presidente deixava implícito a ideia de que possuía uma varinha de condão capaz de agilizar e desbloquear os projectos de maior importância para o nosso concelho. Nada mais errado como se está a verificar.
Incapaz de distinguir as relações pessoais das institucionais, o comportamento da nossa edil começa a ficar marcado pelo conflito pessoal, pela intriga, pela quezília e pelo afastamento das instituições daqueles que lhes são incómodos.
Muito provavelmente, a Trofa estará em destaque nos órgãos de informação nacional no próximo dia 23 devido ao possível boicote das eleições presidenciais na freguesia do Muro. Esta iniciativa só serve para incutir na população a falácia de que são todos iguais (e que tal consultar os arquivos dos jornais e procurar pcp + deputado + estação do muro?). Não teria mais impacto se, em vez do boicote, os eleitores votassem em Francisco Lopes, o único candidato à Presidência da República que não está comprometido com o Orçamento de Estado, os PEC´s e o consequente adiamento (cancelamento?) da construção da extensão da Linha Verde do Metro até à Trofa?
Cumprimentos,
Ricardo Garcia

domingo, 16 de janeiro de 2011

Ode à Liberdade

Sendo convidada para fazer parte de um painel fixo de comentadores deste blog questionei-me sobre o assunto que iria abordar nesta minha primeira publicação.
Sei que é suposto abordarmos preferencialmente problemas da nossa terra mas fiquei muito indecisa.
Escrevo sobre a última Assembleia de Freguesia e as cenas lamentáveis que lá se passaram? Sobre as iluminações de romaria que invadiram a Trofa nesta época natalícia? Sobre o Metro? …
Nada destes assuntos foi o meu escolhido e resolvi abordar o assunto que para mim realmente marca o presente da Trofa: a falta de liberdade e de espaços de debate de ideias sobre o rumo da nossa terra, associada à falta de respeito por quem pensa diferente da «nomenclatura» dominante.
Daí esta minha «ode à liberdade», uma reflexão sobre a sua importância para o eu e para o coletivo social.
A liberdade é uma forma de afirmarmos quem somos face a um facto indiscutível e de reagirmos frente a esse facto.
A liberdade não se exerce no vazio mas sim em relação a algo que a põe em causa, pois toda a liberdade só tem sentido contra algo que se nos opõe. No entanto, só tem sentido sermos do contra se o formos em nome de alguma coisa.
Assim, somos livres contra alguma coisa, mas em nome de outra.
E a melhor forma de sermos livres, a melhor forma de afirmarmos a nossa liberdade é sermos nós próprios, ou seja, é sermos aquilo que realmente desejamos ser.
E é nesta relação entre a nossa liberdade e nós próprios que se cria o nosso equilíbrio interior que é o único que nos ajuda a determinar o que está certo e o que está errado.
É portanto no exercício da minha liberdade interior que eu irei colaborar neste blog, apontando tudo aquilo que a minha noção de certo e errado me leva a tomar posições individuais sobre questões que a todos afectam.
Serei muitas vezes contra, mas sempre em nome de algo em que acredito.
Termino com um pensamento de Benjamim Franklin, que, infelizmente, se adequa a muitas situações vividas neste momento na minha terra:

«Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança.»


Por


Maria Emília Cardoso

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Faça-se Ouvir!



É com orgulho e sentido de responsabilidade que inicio a minha participação nesta nova plataforma de debate público. Neste primeiro post, não irei aprofundar muito os assuntos, farei apenas uma pequena abordagem.
Olhando o passado, os Trofenses sempre tiveram um papel importante na história, embora nem sempre pelos melhores motivos, fizeram frente às tropas Francesas, manifestaram-se no caso Varzim-Trofense, foram em forte massa buscar o concelho a Lisboa, etc...
Não sou apologista de violência, muito pelo contrário, mas atribuo especial atenção às manifestações de opinião própria genuínas de todos os cidadãos e actualmente fico com a impressão de que os cidadãos em geral, embora revoltados por diversos motivos, já não têm a garra que tinham para se fazerem ouvir.
Actualmente a Trofa atravessa duas situações em que a vontade dos habitantes não está a ser tida em consideração, sendo elas a localização dos Paços do Concelho e o Metro até à Trofa.
Relativamente aos Paços do Concelho, quando se planeou utilizar terrenos do parque Sra. das Dores para a construção do equipamento municipal, um grupo levantou-se contra. Nesta situação, e perante a vontade manifestada, a obra foi suspensa. Auscultações à população através das juntas de freguesia foram feitas e uma comissão de inquérito imparcial para estudar o caso foi criada. A candidata socialista utilizou  o caso na sua campanha dizendo que com ela a presidente, nada seria feito nas costas dos Trofenses, mas 100 dias depois de ser eleita, decidiu-se pelo local da antiga estação dos comboios, local este que nem na auscultação à população nem na comissão de inquérito foi escolhido como sendo a localização mais favorável para tal organismo. Mais grave, em Assembleia Municipal foi contra a realização de um referendo municipal sobre o assunto. Então e os Trofenses?
Falando no caso do metro, estando a Trofa a ser prejudicada com os sucessivos adiamentos, a presidente da câmara apenas se lamenta pelo sucedido, não gastando qualquer energia para mudar esta situação. O PSD Trofa agiu enviando uma carta ao presidente da Comissão Europeia pedindo a sua atenção para este caso, a freguesia do Muro tenciona boicotar as eleições presidenciais e até um cidadão elaborou uma petição online para levar o assunto em discussão à Assembleia da República. 
São atitudes umas mais e outras menos drásticas, que mantêm o assunto na comunicação social, mas infelizmente o metro só chegará à Trofa para além de 2014.
É preciso Agir! É urgente mostrar o nosso descontentamento. A sua participação poderá ser insignificante, mas grão a grão enche a galinha o papo. É necessário multiplicar exponencialmente as demonstrações de opinião. Façam-se ouvir!
Participem nas Assembleias Municipais e de Freguesia e peçam a palavra no período aberto ao público para questionar os nossos presidentes sobre as situações. Não esperemos que os outros o façam por nós, vamos ser pró activos  pois só assim se constrói um concelho mais justo, dinâmico e democrata.

Cumprimentos;

Nuno Costa

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Responsabilidade política


Um dos grandes problemas da actualidade política prende-se com a capacidade com que os nossos políticos se desprendem das suas responsabilidades. O exemplo perfeito é ilustrado pela rotatividade no governo, que alterna pontualmente entre PS e PSD. Ora quando temos um governo PS, assistimos a críticas constantes do executivo sobre os problemas causados pelo executivo anterior que condicionam a actividade política presente. Depois chegam as Legislativas, o PSD derrota o PS e sobe ao poder cheio de promessas mas, com o tempo as promessas caem por terra porque afinal havia muita coisa escondida por baixo do tapete. Cria-se um ciclo vicioso, uma espiral de desresponsabilização berrante que para os menos informados “é normal” e, caso os menos informados sejam simpatizantes do partido que ascende à liderança, não só “é normal” como é a condição que perdoa o seu mau desempenho futuro. Depois assistimos a discussões em que os apoiantes do governo dizem que tudo é feito dentro do possível e só não se faz mais porque o governo anterior deixou um legado caótico, ao passo que os apoiantes da oposição dizem que a situação até podia ser má mas o actual executivo conseguiu piorá-la consideravelmente. Esta lógica de ataque/contra-ataque não só é contraproducente e retira foco do que é realmente importante, como invalida a capacidade de unir para solucionar. Mas o efeito mais perverso desta questão reside na tendência fatalista que tem vindo a crescer de mãos dadas com a jovem democracia portuguesa, uma tendência que aponta para uma certa inevitabilidade do rumo dos acontecimentos, plasmado num conformismo enraizado na mentalidade lusa. Esta tendência impede a emergência de uma sociedade civil forte e coesa, capaz de escrutinar devidamente o trabalho dos seus políticos, políticos esses que não são mais que representantes designados pelas massas para gerir os recursos comuns e optimizar o bem-estar de todos. Esta situação é a realidade do nosso país desde 1974.
Olhemos agora para o nosso ainda mais jovem concelho. A Trofa garantiu a sua independência face a Santo Tirso a 19 de Novembro de 1998, após uma autêntica marcha sobre a Assembleia da República, marcha essa que, para além do momento épico que a todos proporcionou, não levantou o seu cerco sem que chegasse a garantia da autonomia trofense. Seguiram-se dias de festa até que chegou a política. Na altura, o Partido Socialista opôs-se categoricamente à criação do novo concelho, ou não fosse Santo Tirso um bastião rosa. Assim, demagogicamente, foi entendido que os socialistas eram contra a criação do concelho. É claro que a estrutura partidária era contra a amputação de um concelho da sua cor, como teria acontecido caso se tratasse de outro partido qualquer. Esta realidade associada à tendência laranja que tem acompanhado a Trofa desde sempre criou um mito (muito bem explorado por alguns dirigentes sociais-democratas), de que os socialistas eram opositores da nossa liberdade. Permitam-me a ousadia de querer acreditar que, se houve momento em que socialistas, sociais-democratas, comunistas, centristas e todos os outros simpatizantes de outras forças políticas estiveram de mãos dadas foi nesse momento. Se calhar precisamos de uma luta comum todos os anos, uma luta em que nenhum aspecto esteja comprometido.
Voltando ao desenrolar dos acontecimentos políticos na Trofa pós-1998, foi criada uma Comissão Instaladora para gerir a transição do poder da esfera tirsense para a esfera trofense. Este órgão foi extinto quase 3 anos mais tarde quando a 16 de Dezembro de 2001 foram levadas a cabo as primeiras eleições para os órgãos autárquicos, eleições que colocaram Bernardino Vasconcelos na presidência do município, cargo que ocupou até Outubro de 2009. Durante o seu mandato, e apesar do esforço notório para dotar a Trofa de infra-estruturas básicas (saneamento, arruamentos, etc.), o executivo social-democrata em exercício esteve debaixo de fogo em várias situações, nomeadamente especulações sobre favorecimentos a elementos do partido materializados em avenças ou acesso a cargos públicos sem concurso. Hoje, um ano e três meses após a saída do antigo presidente, e com a chegada de Joana Lima, líder do executivo desde as últimas eleições, as mesmas acusações que foram feitas no passado ao PSD têm agora como alvo o executivo socialista. A história repete-se. Repete-se nestas acusações e noutros braços de ferro que desviam a atenção e a energia daquilo que é realmente importante. Fracturam a Trofa com alinhamentos de conveniência e fantasmas da pressão exercida por parte dos financiadores das campanhas dos vencedores. E mais grave que isto, a sociedade alinha-se por um dos lados sem perceber que apenas contribui para uma maior fracturação e não para a mobilização necessária para que o barco trofense chegue a bom porto. Pior: alinha-se por cor política, muitas vezes ignorando as soluções apresentadas pelos “beligerantes”. Precisamos de lutas comuns, falta-nos um pólo aglutinador. Mais que partidos políticos, a sociedade moderna precisa de movimentos de cidadania independentes que realmente se preocupem com os interesses das populações, blocos apartidários com contributos de cidadãos de diferentes sensibilidades com o objectivo comum de criar condições para melhorar o bem estar das populações, esclarecer de forma imparcial todas as dúvidas que flutuam na subversividade dos jogos políticos e, acima de tudo, valorizar o cidadão como parte da solução e não apenas como um dado estatístico.
Acredito que falo por este núcleo quando digo que não pretendemos impor verdades absolutas: em vez disso, pretendemos discutir temáticas e contribuir, no limite das nossas possibilidades, para esclarecer todos aqueles que pretenderem ser esclarecidos. Cidadãos esclarecidos são mais interventivos e, por conseguinte, mais assertivos na racionalização dos seus problemas. Queremos discutir o problema e fazer parte da solução. Assim se faz política.
Cumprimentos, 

Por




João Mendes

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Qual é a importância da Trofa na área metropolitana do Porto

É com grande satisfação pessoal, e sentido de responsabilidade que inicio a minha colaboração com a Plataforma de cidadania A voz da Trofa. Estamos perante um acontecimento histórico no nosso jovem concelho. Várias pessoas de quadrantes políticos diferentes unem-se em defesa da nossa Terra. Na descrição do blogue da Plataforma evidencia-se a palavra Plutocracia. Sem dúvida é a melhor forma de expressar os tempos em que vivemos. Vivemos numa economia de casino, regido pela ditadura dos mercados de capitais, obrigando que os governos estejam ao serviço dos interesses económicos ao invés de representarem os cidadãos. Diariamente são criadas medidas de contenção de combate aos deficits interno e externo. Mas são tímidas as medias de incentivo á economia real, á criação de emprego. Estes problemas não passam ao lado da Trofa. Á doze anos conseguimos a autonomia, com a criação do Concelho..Queríamos um concelho cosmopolita, atractivo ao investimento externo onde os seus munícipes usufruíssem de um boa qualidade de vida. Doze anos passados e a realidade é bem diferente. Vemos-nos confrontados com um divida astronómica, ultrapassando o limite Legal de endividamento em 19milhoes de Euros. E agora? Quem paga? Teremos um executivo a trabalhar para deficits, ou um executivo sensível aos problemas sociais e ás assimetrias do nosso concelho . Note-se a Trofa, está sensivelmente a 20km do porto, não serão muitos mais os que nos separam de Braga. Qual é a importância do nosso concelho na área metropolitana do Porto?Qual é nossa influencia na zona Norte?
O que temos feito nos últimos anos para a afirmação do nossa terra é muito pouco,  eu atrevo.me a dizer  que não fizemos nada. vejamos:.

As infra-estruturas rodoviárias:
A tão prometida e necessária variante  na Nacional14 onde está? O metro de superfície ISMAI-TROFA projectado na primeira fase da obra Metro Porto? Por lapso penso que foi desviado para Gondomar!

Áreas de lazer:
Nestes 12 anos quanto m2 de de zona verde foi criado no nosso concelho? O tão badalado parque das azenhas onde está? Este um factor importante para a captação de novos habitantes para o nosso concelho!

 Empreendedorismo e economia local:
Quantas medidas efectivas foram criadas para que novos empresários se fixassem na nossa terra. Onde está o PDM onde está a ALERT?

Desde de a criação do concelho vivemos de promessas vãs. Nada tem sido feito em defesa da nossa terra.   É hora de arrepiar caminho, de uma vez por todas que se acabem as quezílias  quando o que esta em causa é o futuro do nosso concelho.Que possamos aproveitar este contexto de crise para se fazerem as reformas necessárias, com coragem e sentido de oportunidade. Veremos o que o futuro próximo nos reserva.


Por

Daniel Neira

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Apresentação

Pela vontade de um conjunto de Trofenses de vários quadrantes políticos nasce uma nova plataforma de cidadania e  comunicação na Trofa. Esta plataforma de cidadania,tem como acção central a criação de um blog interligado no twitter e no facebook. Na nossa linha de actuação  promoveremos debates, conferencias, seremos pró-activos na defesa do nosso Concelho. Não somos nem pretendemos ser oposição . Desejamos um Trofa informada, onde os cidadãos sejam parte integrante das soluções.